Estilo Gótico

Mestre em Artes Visuais (UDESC, 2010)
Graduada em Licenciatura em Desenho e Plástica (UFSM, 2008)

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A Arte Gótica ou Estilo Gótico foi um estilo artístico que se manifestou, sobretudo em termos de arquitetura com a construção de monumentais catedrais, difundindo-se para a escultura e pintura. A Arte Gótica desenvolveu-se durante a Idade Média em meados do século XII na France, estendendo-se pela Europa e prolongando-se até o advento do Renascimento.

Com características bastante singulares, a Arte Gótica se desenvolveu num contexto político, social e principalmente religioso associado a princípios estéticos e filosóficos contraposto ao estilo anteriormente em evidencia na Idade Média – a Arte Românica. O que seria, a princípio, apenas uma inovação de ordem técnica, acabou se tornando num dos mais imponentes estilos arquitetônicos de todos os tempos. Vale lembrar que a arquitetura era considerada na Idade Média a mais importante das artes. Enquanto o estilo Românico segue uma linha de construção maciça e pesada, sem grandes aberturas (janelas); no estilo Gótico não havia a menor necessidade de pesadas paredes de pedra, ao contrário, nas paredes era possível abrir amplas janelas decoradas com delicados vitrais em forma de rosáceas, além de pilares que exaltavam rendilhados que nem pareciam feitos na pedra. As características emanadas da arte Românica deviam proporcionar algo como a oferta de proteção contra as investidas do mal. As novas catedrais, no entanto, davam a seus fiéis um reflexo de um outro mundo celestial que eles apenas ouviam falar nas escrituras. Como exemplo é possível citar a Catedral de Notre-Dame em Paris construída por volta de 1163 e a Catedral de Chartres construída em 1145, também, na França.

Catedral de Chartres (Chartres, França). Foto: Alex Justas / Shutterstock.com

Ademais estas características, o estilo Gótico se sobressaiu por avanços técnicos no aspecto arquitetônico, especialmente, pela construção dos arcos das catedrais que eram construídos em formato ogival (dois arcos iguais que se encontram na parte superior). Estes arcos em formato de ogiva, agulhas ou capitéis associados ao dos arcobotantes (construção em forma de meio arco, erguida na parte externa das catedrais para apoiar as paredes), proporcionaram a construção de edificações mais altas e verticalizadas, sempre em direção céu.

Abadia Real de Saint-Denis (Paris, França). Foto: Petr Kovalenkov / Shutterstock.com

 

Vitrais da Abadia Real de Saint-Denis (Paris, França). Foto: ItzaVU / Shutterstock.com

A Arte Gótica não se limita somente a arquitetura, no entanto os escultores desse período tinham nas catedrais sua principal fonte de trabalho. As esculturas que ornavam essas enormes catedrais, tinham como principal característica a intenção de passar vivacidade e movimento ao expectador por meio da expressão de sentimentos. Com frequência, eram colocadas nos pórticos das catedrais. Como exemplo é possível citar os Portais do lado Oeste da Catedral de Chartres na França.

A pintura gótica vai ganhar maior destaque fora da arquitetura, desenvolvendo mais tarde entre os séculos XIII e XIV. Ainda assim, a pintura teve como objetivo transmitir o mesmo simbolismo da arquitetura. É possível destacar dois pintores desse estilo: Giotto que tinha uma visão bastante humanista ao retratar santos, suas principais obras são os afrescos da Igreja de São Francisco de Assis na Itália; e Jan Van Eyck que buscava a retratar a vida da sociedade e as paisagens urbanas, entre suas principais obras está “O casal Arnolfini”.

O termo “Gótico” foi possivelmente cunhado por Giorgio Vasari anos mais tarde no século XVI, no período do Rnascimento, para denotar o tipo de arquitetura medieval considerada bárbara e monstruosa. Esta visão somente seria superada no século XVIII, quando se desenvolveu um novo olhar perante este estilo.

Leia também:

Referencias:

CHILVERS, Ian (org.). Dicionário Oxford de arte. Tradução Marcelo Brandão Cipolla. 2.ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001.

GOMBRICH, E.H. A história da arte. Rio de Janeiro: LTC, 2013.

JANSON, H. W. Iniciação a história da arte. São Paulo: Martins Fontes, 1988.

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