Arara-vermelha

Graduação em Ciências Biológicas (UNIFESP, 2014)

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A arara vermelha (Ara chloropterus) ocorre em grande parte do Brasil, ocupando a região da Amazônia e os rios costeiros margeados por florestas, chegando até o Espírito Santo, Rio de Janeiro e interior do Paraná. Pode ser encontrada também no norte da Colômbia, planícies venezuelanas, Bolívia e norte da Argentina. Pertence à classe das aves, ordem Psittaciformes e família Psittacidae. É um dos maiores psitacídeos brasileiros, com cerca de 90 centímetros. Sua face é cortada por fileiras de penas vermelhas; na cabeça, nas costas e na barriga possui coloração também avermelhada, com uma faixa verde. Costumam andar em bandos ou em pares.

Essa espécie de arara é mais generalista do que suas parentes - as araras azuis. Alimenta-se preferencialmente de sementes com polpas, na copa das árvores e em arbustos. Só no estado do Paraná consomem os frutos de mais de 13 espécies de plantas arbóreas, tanto nativas quanto exóticas. Geralmente utilizam o bico como o terceiro pé e usam as patas para segurar o alimento e levá-lo à boca. Através das fezes, espalham pela floresta as sementes dos vegetais de que se alimenta, desempenhando assim um importante papel ecológico dentro do ciclo de vida dessas plantas.

Arara-vermelha (Ara chloropterus). Foto: Leonardo Mercon / Shutterstock.com

O período reprodutivo geralmente ocorre entre os meses de setembro a março. O ninho é feito em ocos de árvores encontrados ou em buracos de paredes rochosas. Após a cópula, as fêmeas colocam de dois a três ovos por ninho. Os ovos são brancos de forma esférico elipsóide, com uma das pontas ligeiramente mais pontuda que a outra e com casca lisa e sem porosidade. A incubação dos ovos (cerca de 30 dias) é feita pela fêmea, que sai pouco do ninho e é alimentada pelo macho, que também ajuda na defesa, ficando boa parte do tempo de sentinela. Apesar do forte comportamento de defesa, a disputa do ninho com outras espécies de aves, como araras azuis e urubus, é comum, podendo acarretar na perda do ninho pelo casal de araras vermelhas. O sucesso reprodutivo também pode ser afetado por diversos outros fatores, como predação dos ovos e limitação dos ninhos. Apesar dessas adversidades, a taxa de sobrevivência dos filhotes é relativamente alta, podendo chegar a 90%. Os filhotes nascem com menos de 40 gramas e com poucas penugens, sendo recobertos apenas por uma pele rosada, fina e transparente, que permite a visualização dos órgãos internos e resto de vitelo do ovo no recém-nascido. Nesse primeiro momento os olhos e ouvidos estão fechados e o bico é branco e mole.

Veja no vídeo abaixo imagens da Arara-vermelha:

Bibliografia:

http://www.wikiaves.com.br/arara-vermelha-grande

N.M.R. GUEDES- Biologia Reprodutiva de Arara Vermelha (Ara Chloroptera ) na Sub-Região da Nhecolândia no Pantanal de Mato Grosso Do Sul- CONGRESSO BRASILEIRO DE ORNITOLOGIA, III, Anais, Pelotas-RS, 1993

Pedro Scherer-Neto & Antonio Carlos Terto- Registros e documentação fotográfica da alimentação da arara-vermelha-grande (Ara chloropterus) na região noroeste do Paraná (Psittaciformes: Psittacidae)- Atualidades Ornitológicas On-line Nº 159, 2011

Arquivado em: Aves
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