Chico Xavier

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Francisco Cândido Xavier é considerado um dos maiores médiuns da história, dedicando-se particularmente à psicografia. Ele nasceu em Pedro Leopoldo, no estado de Minas Gerais, a 2 de abril de 1910. Foi o mais famoso difusor do Espiritismo em nosso país, pois lançou mais de quatrocentos livros sobre a Doutrina, psicografando uma vasta gama de espíritos, principalmente as obras de André Luiz e Emmanuel.

Sua mediunidade se manifestou já a partir dos quatro anos de idade, quando esclareceu para o pai questões científicas, ao ouvi-lo conversar com uma mulher grávida. Aos cinco anos ele interagia com sua mãe, Maria João de Deus, já no plano espiritual. Chico Xavier via – clarividência - e ouvia – clariaudiência – seres do mundo espiritual, e com eles dialogava. Ainda criança, tinha o hábito de mostrar suas psicografias para uma professora, que as repassava para amigos, os quais eram unânimes em afirmar que elas eram reproduções dos escritos de determinados autores ou eram realmente transmitidas por eles de alguma maneira.

Sua infância foi sofrida porque, órfão, foi criado pela madrinha, que o tratava muito mal, chegando a agredi-lo com uma garfada na barriga. Ao completar sete anos ele finalmente voltou a residir com o pai, João Cândido Xavier, já que este se casara novamente. Filho de família pobre, ele estudava em uma escola pública e trabalhava, dormindo apenas sete horas por noite. Formado na crença católica, Chico ingressou nos círculos espíritas após uma experiência com um processo obsessivo sofrido pela própria irmã. A partir de então, ele torna-se estudioso da Doutrina Espírita e inicia o desenvolvimento de seus dons mediúnicos.

A partir de 1933, ele assumiu a humilde tarefa de funcionário público na Fazenda Modelo do Ministério da Agricultura, na sua cidade natal. Aí ele trabalhou até o final da década de cinqüenta, quando teve que se aposentar por invalidez, pois era portador de uma enfermidade incurável nos olhos. Ele se transfere então para Uberaba, com o objetivo de melhor se tratar, onde passou a viver de sua parca aposentadoria.

Chico Xavier, que psicografou quatrocentos e doze livros, não se considerava o criador de nenhum deles, pois afirmava apenas transferir para o papel o que os espíritos lhe transmitiam. Ele nunca teve lucros com estas publicações, pois os direitos autorais eram sempre doados para casas espíritas e instituições assistenciais, desde o princípio. Sua primeira produção foi a obra Parnaso de Além-Túmulo, lançado em 1932, uma compilação de 256 poemas conferidos a famosos poetas já desencarnados, entre eles Antero de Quental, Guerra Junqueiro, Olavo Bilac, Augusto dos Anjos, entre outros. O livro que teve maior número de exemplares foi Nosso Lar, elaborado em parceria com o espírito André Luiz.

Durante muito tempo ele psicografou em parceria com o médico mineiro Waldo Vieira, aliança que gerou dezessete obras. Ele chegou a transmitir a mensagem de um espírito supostamente assassinado, Maurício Henriques, que elaborou através do médium uma carta inocentando seu amigo José Divino Nunes, acusado do crime. O juiz encarregado do caso acatou esta psicografia como uma prova concreta, entre outras entregues pela defesa, e comprovou-se assim que tudo não passara de um acidente.

Chico Xavier, renomado também por ajudar os necessitados com o dinheiro das vendas dos livros por ele publicados, morreu em 2002, aos 92 anos, tentando partir discretamente, quando todos comemoravam a vitória na Copa do Mundo, em um momento de extrema alegria para o país. Ele foi, posteriormente, escolhido como o mineiro do século XX.

Arquivado em: Biografias, Espiritismo
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