Planctologia

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A origem do nome Plâncton vem do grego plankton que significa errante, que vaga, flutua. A planctologia é o estudo dos organismos que ficam suspensos no meio ambiente líquido, sendo arrastados passivamente pelos movimentos desse meio líquido. Ou seja, sua mobilidade é limitada ou nula. Os organismos do plâncton são representados por microcrustáceos, larvas de diversos metazoários, gametas etc. (fitoplâncton, micoplâncton, zooplâncton, ictioplâncton, etc).

A origem dos estudos de plânctologia teve sua origem com o filósofo Aristóteles (384-322 a.C), que junto com outros filósofos no seu livro Historia dos Animais, separaram a flora e fauna de rios, lagos e pântanos, descrevendo suas classificações ecológicas.

A Bíblia também apresenta registros de possíveis registros de organismos plânctonicos, como exemplo a Praga do Egito que transformava a água do Rio Nilo em sangue, mas que possívelmente era apenas o fenômeno da maré vermelha. Porém com o passar dos séculos os estudos foram se desenvolvendo e no final do século XIX iniciou-se a investigação do plâncton no mar em escala global.

Visualização do plâncton em microscópio. Foto: Choksawatdikorn / Shutterstock.com

O autor do livro a Origem das Espécies, Charles Darwin (1832), descreveu em suas anotações um "boom" de uma alga chamada M. rubrum na costa do Chile, sendo descrições muito detalhadas. Sendo que Edward Forbes (1815-1854), o Pai da Oceanografia, usou dragas e redes de coletas, para realizar os primeiros estudos sistemáticos sobre a biota marinha, zonação do bentos. Atualmente já existe muitas informações a respeito de organismos planctônicos ao redor do mundo todo e estes estudos possibilitaram fazer a classificação do plâncton.

As microalgas que vivem no plâncton são muito importantes, pois produzem grande parte do oxigênio que nós respiramos. São organismos importantes pois são base alimentar de diversos outros organismos que vivem no ambiente. Podem ser em geral indicadores de massas de água, indicadores ecológicos e de qualidade ambiental.

Os organismos plânctonicos podem ser classificados por sua: Composição Qualitativa, Tamanho, Habitat, Profundidade de Distribuição (Vertical), Duração da vida Planctônica e Metabolismo.

Composição Qualitativa

Tamanho

  • Ultraplâncton ou Ultrananoplâncton (0,02 - 0,2 um)
  • Picoplâncton (0,2 - 2 um)
  • Nanoplâncton (2 - 20 um)
  • Microplâncton (20 - 200 um)
  • Macroplâncton (0,2 - 2 cm)
  • Megaloplâncton (> 2 cm)

Habitat

  • Talassoplâncton: marinhos (oceânicos, neríticos, estuarinos...)
  • Limnoplâncton: águas continentais.

Profundidade de Distribuição Vertical

  • Plêuston: película superficial
  • Nêuston: primeiros 10mm
  • Epiplâncton: 20 a 120 m ( zona fótica, epipelágica)
  • Mesoplâncton: 100 a 300 m
  • Infraplâncton: 300 a 600 m
  • Abissoplâncton: 3000 a 6000 m
  • Epibênticos: próximos ao fundo

Duração da vida Planctônica

Podem ser Holoplâncton que possui todo o seu ciclo de vida como planctônicos e também podem ser do tipo Meroplanctônicos que são os organismos que vivem temporariamente no plâncton, como os ovos e larvas de peixes.

Metabolismo

  • Autotróficos: obtêm elementos que precisam a partir de compostos inorgânicos, sendo que a energia provém da luz ou oxidação química. Podem ser do tipo fototróficos ou Quimitróficos (fitoplâncton)
  • Heterotróficos: necessitam de matéria orgânica já elaborada (zooplâncton)
  • Auxotróficos: tipo de heterotrofia onde os organismos requerem porções mínimas de compostos orgânicos essenciais (vitaminas e cofatores)
  • Mixotróficos: são tanto autotróficos como heterotróficos
  • Fagotróficos: incorporam partículas sólidas por fagocitose
  • Saprotróficos: comedores de detritos

Bibliografia:
Rorig, L. (2006) Manual didático da disciplina de Planctologia I. Universidade do Vale do Itajaí - Univali. pp158

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