Respiração cutânea

Graduada em Ciências Biológicas (UNISUAM, 2010)
Graduada em Zootecnia (FAGRAM, 2006)

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A respiração cutânea, respiração tegumentar ou troca gasosa cutânea é o nome dado para a respiração onde a troca gasosa (hematose) ocorre através da pele de um ser vivo. Ela pode ser o único tipo de respiração ou complementar outros tipos, como a respiração pulmonar e a branquial. Este tipo de respiração é observada em diversos tipos de animais, como insetos, protozoários, anelídeos (minhocas, sanguessugas, poliquetas), platelmintos (Taenia solium), cnidários (medusas e águas-vivas), espongiários (poríferos) e anfíbios. Este último apresenta também a respiração pulmonar quando adulto.

Os indivíduos que possuem respiração cutânea apresentam células e vasos sanguíneos no seu revestimento (tegumento ou pele), que captam o gás oxigênio do ambiente e liberam gás carbônico. Essa troca ocorre por diferença de concentração entre os meios internos e externos. O gás oxigênio (O2) vai se propagando para o meio intracelular, ao passo que o gás carbônico (CO2) faz o caminho inverso. Isso acontece porque o gás oxigênio está em maior concentração no meio exterior e o gás carbônico em menor quantidade. Já dentro do organismo do animal o gás carbônico se encontra em maior quantidade em relação ao gás oxigênio.

Para que este mecanismo ocorra é necessário que a pele seja muito fina, úmida e permeável. Três fatores controlam esse tipo de respiração: a quantidade de água ou ar distribuído no meio ambiente para a superfície respiratória, a difusão (passagem dos gases pela pele) e convecção (o transporte de gases dissolvidos). Outro fator limitante para que ocorra este tipo de respiração é o tamanho do animal, que tem que ser pequeno, já que quanto maior, mais oxigênio ele consumirá, e com a respiração cutânea a captação não será suficiente, pois há um grande gasto de água e energia para manter a pele úmida. Estes seres vivos necessitam ficar próximos da água ou em ambientes úmidos.

São conhecidos dois tipos de respiração cutânea: a direta e a indireta. Na respiração cutânea direta, os gases se propagam pelo animal sem a presença do sistema circulatório, como pode ser observado nos platelmintos. Na respiração cutânea indireta, os gases se propagam com a presença do sistema circulatório, como se vê nos anelídeos.

Rã da espécie Lithobates palmipes. Foto: Dr Morley Read / Shutterstock.com

Os anfíbios, como sapos, pererecas e rãs são os animais mais conhecidos que realizam a respiração cutânea. Eles a utilizam para completar a respiração pulmonar, já que os pulmões são simples, saculiformes, que apresentam poucas dobras, com isso captando pouca quantidade de gás oxigênio. Eles possuem a pele com muitas glândulas que secretam um muco composto por glicose, que retém a umidade do ar e permite a troca gasosa, através da difusão.

Quando a temperatura está mais baixa ou quando o animal está menos ativo, a respiração pulmonar se torna menos importante do que a respiração cutânea.

 

Bibliografia:

SCHMIDT-NIELSEN, K. Fisiologia Animal: adaptação e meio ambiente. 5ª ed. São Paulo: Livraria Santos Editora, 2002. 611 p

Arquivado em: Fisiologia
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