Vitamina E

Graduada em Ciências Biológicas (Unifesp, 2013)

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A vitamina E é um micronutriente essencial cuja principal função é atuar como antioxidante frente a radicais livres como espécies reativas de oxigênio. Juntamente com a vitamina C, a vitamina E tem papel protetor para o organismo, uma vez que os radicais livres são não só constantemente gerados pelas células, como produtos de certas reações químicas, como também são gerados por exposições ambientais, como tabagismo, poluição, radiação solar, entre outros.

A vitamina E é uma vitamina lipossolúvel formada pelo vitâmeros tocoferóis e tocotrienois. Está associada também a outros papeis biológicos como funções imunológicas, regulações gênicas, e sinalização celular. O alfa-tocoferol é uma molécula capaz de inibir a proteína kinase C (PKC), uma enzima responsável por controlar o ciclo celular. Além disso a vitamina E pode aumentar a ação de prostaciclinas no endotélio, fazendo os vasos sanguíneos dilatarem diminuindo a agregação plaquetária. Além disso outros estudos têm tentado relacionar a suplementação com vitamina E com a proteção ao câncer de próstata.

Por se tratar de uma vitamina lipossolúvel, sua absorção se dá na porção superior do intestino delgado e depende da ação da bile e dos sais biliares. Os tocoferóis são transportados através de quilomícrons para os tecidos extra-hepáticos. Os que permanecem no fígado são incorporados às lipoproteínas de baixa densidade (VLDL-c). A absorção da vitamina E é aumentada quando sua solubilização acontece na presença de micelas contendo ácidos graxos e triglicerídeos.

As fontes naturais de vitamina E são sementes, nozes, óleos vegetais, milho, canola, algumas frutas como manga, tomate e folhas verde-escuro como espinafre e brócolis. A hipovitaminose E, ou seja, a deficiência de quantidades adequadas de vitamina E pode acarretar doenças neuromusculares, ataxia, retinopatia, miopatias e disfunções imunológicas. Por outro lado o consumo em excesso de vitamina E (hipervitaminose E) está relacionada com dificuldades de coagulação, levando até à hemorragias, fadiga, dores de cabeça, e alterações na função de neutrófilos.

Estudos mais recentes sobre vitamina E têm investigado a relação desta com doenças cognitivas e neurodegenerativas. No geral, os cientistas têm observado a ocorrência de doenças como Alzheimer, esclerose lateral amiotrófica (ELA) e Parkinson e correlacionado suas causas com a presença de radicais livres em excesso no tecido nervoso. Alguns estudos prospectivos sugerem que o aumento da ingestão de vitamina E diminui os riscos do desenvolvimento da doença de Parkinson. No entanto, para pacientes que já tem Parkinson, a suplementação parece não ter efeito na progressão da doença. Outro estudo ainda observou que pessoas que consumiam regularmente vitamina E tinham menores chances de sofrer de ELA do que pessoas que não faziam consumo regular. Já o tratamento com vitamina E em pacientes que já tinham ELA, não mostraram grandes benefícios da suplementação.

Por fim, estudos analisando a função da vitamina E juntamente com a vitamina C, betacarotenos e zinco observaram que de fato essas substancias ajudaram a proteger o desenvolvimento da degeneração macular relacionada a idade (DMRI). No entanto no caso de catarata ou o uso isolado de vitamina E em pacientes de DMRI, parece que a vitamina E por si só não oferece grandes benefícios à saúde dos pacientes.

Referências:

< https://www.hsph.harvard.edu/nutritionsource/vitamin-e/ > acessado em 05/11/17

< https://ods.od.nih.gov/factsheets/VitaminE-HealthProfessional/ > acessado em 05/11/17

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Arquivado em: Bioquímica, Nutrição
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