Projeção azimutal

Especialista em Geografia do Brasil (Faculdades Integradas de Jacarepaguá, RJ)
Mestre em Educação (Estácio de Sá, 2016)
Graduado em Geografia (Simonsen, 2010)

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A projeção azimutal é de fato uma projeção bem estranha para quem a vê pela primeira vez. Não é muito comum o seu uso cotidiano (possivelmente é a projeção menos utilizada), porém, todos certamente já viram ela em algum local. Talvez a bandeira da Organização das Nações Unidas (ONU) seja a mais famosa representação de uma projeção azimutal equidistante (com paralelos e meridianos representados com distancias iguais entre si).

Na projeção azimutal, temos um geoide (forma quase esférica com os polos achatados e que é a forma real da Terra) sendo projetado, transformado em um plano, porém esse plano fica em um formato circular. É como se fosse colocada uma folha plana sobre a Terra, estando em contato com alguma parte dela (a projeção presente na bandeira da ONU é polar, tendo o Polo Norte como sendo o ponto de contato da tangente), enquanto que o resto da Terra vai sendo projetado ou empurrado em direção a folha, de forma que toda a Terra esteja em contato com a folha. Por ser a projeção direta sobre um plano, esta projeção é também chamada de projeção plana.

Como em toda a transformação de um geoide em alguma outra forma geométrica, existem distorções nesta projeção. Nela, o centro da projeção (a parte da Terra que inicialmente tocava na “Folha”) se mantém fiel ao real, porém na medida em que nos afastamos daquele ponto, o mapa vai ficando distorcido.

É uma projeção usada para mapas de “todo o mundo”, pois seria demasiadamente estranha uma projeção azimutal em nível local ou regional. Ela possui a peculiaridade de não conseguir exibir o mundo por completo. Ex.: Na projeção azimutal que tem como tangente o Ártico, não é possível ver a Antártica, ou seja, não é possível ver o ponto que está diametralmente oposto ao da tangente escolhida. Por isso que um dos principais usos desta projeção é para o mapeamento dos polos ou para o mapeamento de apenas um hemisfério (Norte, Sul, Oriental ou Ocidental).

As projeções azimutais podem ser classificadas de acordo com o ponto tangente da superfície plana no globo terrestre em: Polares, com a tangente sobre um dos polos, sendo usada na projeção azimutal presente na bandeira da ONU e também para mapeamento dos polos e/ou dos hemisférios Norte ou Sul; Equatoriais ou meridionais, com a tangente na Linha do Equador, sendo usadas para mapear o hemisfério ocidental ou oriental; horizontais ou oblíquas, com a tangente sobre qualquer outro ponto da Terra e usada para fins diversos.

Tal como a projeção de Mercator sofre muitas críticas sobre um suposto caráter ideológico que é propagado por aquela projeção, a projeção Azimutal (mais especificamente, aquela que está na bandeira das Nações Unidas) também sofre críticas sobre sua parcialidade, já que o ponto escolhido foi o polo norte, que supostamente seria neutro por não estar colocando nenhum país no centro. Porém, na realidade, acaba que os países com assento permanente no Conselho de Segurança (Estados Unidos, Rússia, Reino Unido, França e China) ficam em um certo destaque, com menos distorções do que os países que aparecem na periferia do mapa.

Referências:

http://www.fcav.unesp.br/Home/departamentos/engenhariarural/TERESACRISTINATARLEPISSARRA/edital.pdf

http://www.ufrgs.br/igeo/m.topografia/exposicoes/Projecoes_Cartograficas.pdf

https://nacoesunidas.org/conheca/como-funciona/conselho-de-seguranca/

Arquivado em: Cartografia
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