Células de Sertoli

Graduada em Medicina Veterinária (UFMS, 2009)

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As células de Sertoli são elementos essenciais para a realização das funções testiculares. Possuem formato piramidal e envolvem parcialmente as células da linhagem espermatogênica. As bases das células de Sertoli aderem à lâmina basal dos túbulos, e suas extremidades apicais encontram-se no lúmen dos túbulos seminíferos.

Células de Sertoli (indicadas pelas duas seta menores). A seta preta indica uma Célula de Leydig.

Na microscopia de luz, os limites das células de Sertoli são mal definidos devido ao grande número de recessos laterais que elas possuem e que abraçam as células da linhagem espermatogênica. Já a microscopia eletrônica revela que estas células possuem abundante retículo endoplasmático liso, pouco retículo endoplasmático rugoso, um aparelho de Golgi bem desenvolvido e numerosas mitocôndrias e lisossomos. O perfil do núcleo é triangular e possui reentrâncias.

Estas células são conectadas por junções comunicantes, denominadas junções gap, que possibilita a troca iônica e química entre as células, o que pode ser importante para a coordenação do ciclo do epitélio seminífero. Células de Sertoli adjacentes são unidas por junções ocludentes situadas nas suas paredes baso-laterais, formando a denominada barreira hematotesticular. As espermatogônias permanecem em um compartimento basal situado abaixo da barreira.

Durante a espermatogênese, algumas células que resultam da divisão de espermatogônias atravessam essas junções e ocupam o compartimento adluminal, encontrado sobre a barreira. Espermatócitos e espermátides permanecem em recessos das paredes laterais e do ápice das células de Sertoli, no compartimento adluminal, enquanto os flagelos das espermátides formam tufos que se estendem para o lúmen dos túbulos. Provavelmente, os espermatozóides são liberados dos recessos por movimentos do ápice das células de Sertoli, com a participação de microtúbulos e microfilamentos.

Em humanos e outros animais, as células de Sertoli não se dividem durante a vida sexual madura de um indivíduo. Elas são extremamente resistentes a condições adversas como infecções, desnutrição e radiações e possuem uma taxa de sobrevivência muito melhor após essas agressões, com relação às células da linhagem espermatogênica.

Funções das células de Sertoli

As funções desempenhadas pelas células de Sertoli são diversas. Dentre elas, auxiliam na troca de nutrientes e metabólitos dos espermatócitos, espermátides e espermatozóides. A barreira formada pelas células de Sertoli também protege os espermatozóides em desenvolvimento de ataque imunológico. Outra função desempenhada pelas células em questão é a fagocitose de excessos de fragmentos de citoplasma liberados durante a espermiogênese.

Também secretam continuamente nos túbulos seminíferos um fluído que é  transportado na direção dos ductos genitais e é usado para transporte de espermatozóides. A secreção de uma proteína ligante de andrógeno pelas células de Sertoli é controlada por hormônio folículo-estimulante e testosterona e serve para concentrar testosterona nos túbulos seminíferos, onde ela é necessária para a espermatogênese. Células de Sertoli podem converter testosterona em estradiol e também secretam um peptídeo denominado inibina, que suprime a síntese e a liberação de FSH pela hipófise.

Essa célula produz também o hormônio antimülleriano, que é uma glicoproteína que age durante o desenvolvimento embrionário para gerar a regressão dos ductos de Müller em fetos do sexo masculino, induzindo assim o desenvolvimento de estruturas derivadas dos ductos de Wolff.

E por último, as junções ocludentes existentes entre as células de Sertoli formam uma barreira à passagem de moléculas grandes pelo espaço entre elas, protegendo assim as etapas mais avançadas da espermatogênese, de substâncias do sangue e de agentes nocivos.

Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Célula_de_Sertoli
http://www.ouhsc.edu/histology/text%20sections/male%20reproductive.html
https://web.archive.org/web/20120619025006/http://acd.ufrj.br:80/labhac/figura102.htm
Histologia Básica – Luiz C. Junqueira e José Carneiro. Editora Guanabara Koogan S.A. (10° Ed), 2004.

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