Escrita

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Escrita é o recurso do qual a maioria das sociedades humanas faz uso para transmissão de conhecimento, registro de dados, celebração de acordos, tratados e contratos, e reprodução de cânones culturais. Sua concepção foi talvez o capítulo mais importante na história da evolução humana, e para muitos autores serve de delimitação entre a pré-história e a história.

Foto: Olha Vysochynska / Shutterstock.com

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A prática da escrita inicia-se na Mesopotâmia por volta de 1500 a.C., quando se torna indispensável a anotação de propriedades, dívidas e impostos. Feitas sob a ponta de um bastão em placas de barro, as primeiras escritas consistiam em ideogramas, onde cada objeto correspondia a um símbolo ou representação gráfica.

Logo havia um grande número de símbolos, tornando o sistema pouco prático. Progressivamente, os ideogramas passaram a ser impressos no barro com um pedaço de junco, cuja extremidade tinha forma triangular. Seus traços em forma de cunha, deram à escrita o nome de cuneiforme (do latim cuneus, cunha). Com a introdução de sinais determinativos que possuíam a função de adjetivos, a quantidade de símbolos ficou bastante reduzida. Agora havia apenas um ideograma, por exemplo, para representar carneiro, bastava adicionar um sinal para definir se o carneiro era macho, fêmea ou filhote.

Apesar de criados depois, os hieróglifos egípcios também eram ideogramas, utilizados quase que somente para registrar acontecimentos importantes. Escrito na superfície de pedras, os hieróglifos conservaram-se nítidos através do tempo. Assim como os mesopotâmios, os egípcios passaram a usar sinais determinativos para definir melhor o objeto representado, e posteriormente, egípcios e mesopotâmios começaram a usar ideogramas como sílabas. Tal desenvolvimento conduziu à adoção da fonética, com sinais representativos do próprio som da palavra, conclusão lógica do processo do processo de criação de um sistema de escrita.

Por volta de 3000 a.C., os egípcios inventam o papiro e a forma dos hieróglifos teve que ser mudada para um sistema de escrita mais rápido. Cada símbolo fica reduzido a poucos traços, nascendo a escrita hierática, base do sistema de escrita ocidental. Os símbolos cuneiformes não eram ideais à escrita com pincel ou pena. Em cerca de 1000 a.C. os fenícios, tomando elementos da escrita egípcia e mesopotâmica, criam sua própria escrita, que não possuía vogais, somente consoantes, cada qual com seu símbolo. Apesar das palavras só serem entendidas no contexto da frase, o sistema fenício apresentava a vantagem de poder ser escrito com rapidez.

Por volta de 600 a.C. os gregos absorvem a escrita fenícia, corrigindo sua maior falha, a falta de vogais, adicionadas por meio de sinais. Com isso, os gregos criavam aquilo que se tornaria o alfabeto utilizado atualmente na cultura ocidental. A escrita árabe, outro sistema bastante usado hoje, desenvolveu-se do fenício e guarda muito de suas características. Originalmente, não possuía vogais, mas hoje já apresenta alguns casos eventuais de vogal. Por seu turno, o sistema chinês de escrita experimentou um desenvolvimento parecido com o dos hieróglifos egípcios. Os símbolos desenhados com pincel e tinta são ideogramas simplificados de formas pictóricas mais antigas. A invenção do papel, por volta de 100 d.C. provocou algumas mudanças, mas devido aos vários dialetos, os símbolos gráficos chineses não se tornaram fonéticos.

Bibliografia:
Pequena História das Invenções. São Paulo: Abril S.A. Cultural e Industrial, 1976.

Arquivado em: Comunicação
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