Jejum

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Disse Jesus: “Mas esta espécie só sai pela oração e pelo jejum" (Mt 17:21).

Entre as várias definições de jejum podemos citar a abdicação, a recusa, o abrir mão de algo. No senso comum, o jejum é lembrado com freqüência nos momentos que precedem aos exames de sangue, quando o organismo precisa estar preparado para manifestar um resultado específico e há possibilidade de que a alimentação ou o processo digestivo, ou a ingestão de determinadas substâncias poderão interferir no resultado real. Por isso, em alguns casos é recomendado ao indivíduo um jejum, ou seja, que não se alimente, por um período de doze horas antes da coleta do seu sangue para análise.

No contexto cristão o jejum tem um sentido semelhante. Ocorre que ao abri mão de determinado alimento por um longo período, ou ausência total de alimentação por um tempo menor, o indivíduo exerce uma espécie de consagração, uma separação das coisas do mundo e comunhão com Deus, como um gesto, um símbolo de negar a vontade da carne, e foco nas coisas do alto, das coisas do espírito, de Deus. E dessa forma, que consiga um resultado específico e real em sua ligação com Deus.

É fato que abdicar da alimentação por si não garante essa comunhão com o Senhor. Trata-se de um processo, um contexto. Por exemplo, durante o período de jejum, a pessoa tende a orar com mais frequência, louvar, ouvir hinos, mentalizar passagens da bíblia, ler a Palavra, e entre outros, se esforçar ainda mais para não se aborrecer ou não falhar na convivência com o próximo. O jejum cristão é uma espécie de fortalecimento da fé, um revestimento espiritual, capacitação.

Além de alimentação, a prática do jejum pode ser feita com outros recursos. Por exemplo jejum de palavras (quando a pessoa se restringe a responder somente o necessário quando solicitada e tenta permanecer ao máximo possível em silêncio, pensando nas coisas do alto); o jejum de televisão e internet (a igreja Universal realizou nos últimos seis anos este jejum entre os fieis, que estiveram durante vinte e um dias assistindo pela televisão e internet somente conteúdos cristãos, ou abdicando-se totalmente deles); entre outros. O jejum pode ser adaptado, combinado por um grupo ou igreja, desde que tenha por objetivo fortalecer a fé de quem participa e aumentar sua comunhão com Deus.

Há também um tipo de jejum que restringe um item por um período, por exemplo o refrigerante, ou carne, ou chocolate, um item saboroso da dieta da pessoa a fim de capacitar para “vigilância”. Neste caso, toda vez que lhe é oferecido este alimento, ela se lembra de que está de certa forma, separada. Para que consiga êxito é fundamental que esteja ligada, em alerta sobre tudo que é oferecido a ela. Os praticantes desse tipo de jejum costumam relatar que neste tempo costuma aparecer muitas ofertas do tal alimento eleito para abdicação, e além de vigiar, é preciso que se tenha sabedoria para sair dessas situações, saber negar a quem oferece sem chatear a pessoa ou fazer desfeita.

Entre todas as práticas e variações há um consenso entre os cristãos de que o jejum fortalece somente a quem o pratica. É recomendado jejuar para o outro, intercedendo, mesmo sendo o jejum uma prática individual, mesmo quando um grupo combinou de o fazer, a exemplo dos judeus que jejuaram por três dias a pedido da rainha Ester, que também o fez, se preparando para ir ter com o rei, e interceder a favor de seu povo prestes a ser exterminado. Além disso, de acordo com as escrituras:

“Tu porém, quando jejuar, ponha óleo sobre a cabeça e lave o rosto, para que não pareça aos homens que jejuas, e sim ao teu Pai, em secreto, e teu pai que vê em secreto te recompensará” (Mt 6:18).

Bibliografia:
Bíblia sagrada. Traduzida em português por João Ferreira de Almeida. Revista e Atualizada no Brasil 2 ed Barueri SP, Sociedade Bíblica do Brasil, 1988, 1993.

Arquivado em: Cristianismo
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