Esteatocistoma múltiplo

Graduada em Medicina Veterinária (UFMS, 2009)

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O esteatocistoma múltiplo refere-se a uma desordem dermatológica rara, que se caracteriza por lesões múltiplas e de tamanhos variados, mais comuns na face, no tronco, nas extremidades, nas axilas, nas costas e/ou no escroto (nos homens).

Trata-se de uma desordem genética, de caráter autossômico dominante, ligada a um defeito do gene da queratina 17. Este transtorno ocorre tanto em homens quanto em mulheres e, comumente, surge no início da vida adulta, permanecendo indefinidamente.

As lesões mais superficiais variam de 1mm a 2cm de diâmetro e são macias e móveis, e costumam apresentar coloração amarelada, enquanto que as lesões mais profundas possuem a coloração da pele do local. Habitualmente estas lesões são assintomáticas, porém algumas podem inflamar e supurar, resultando na presença de cicatrizes no local.

Histologicamente é possível observar um cisto composto por uma delgada parede de epitélio escamoso estratificado e uma cavidade vazia, na maior parte dos casos, mas que pode conter pelos velhos. Também há uma delgada cutícula eosinofílica, homogênea, situada irregularmente no interior do lúmen, além de ductos sebáceos que surgem circunvizinhos à parede do cisto.

O diagnóstico diferencial inclui cisto epidermoide e cisto veloso eruptivo, sendo que este último, em alguns casos, pode estar associado ao esteatocistoma múltiplo.

As opções de tratamento são poucas e quase não apresentam os efeitos desejados. Apesar de o esteatocistoma múltiplo não representar um risco de vida para o seu portador, na grande parte dos casos, representa um problema estético, levando o seu portador a procurar ajuda especializada.

A aspiração por agulha leva à redução do diâmetro das lesões; todavia, os resultados duram apenas poucos meses. Também existe a opção de ressecção cirúrgica das lesões, bem como injeção de corticoide intralesional e incisão com drenagem. Lesões supuradas podem ser tratadas com isotretinoína; contudo, há recidiva em alguns casos. A crioterapia e a dermabrasão são outras opções de tratamento, porém evidenciam resultados limitados, além de deixar cicatrizes residuais. A técnica ideal para o tratamento de lesões múltiplas em áreas esteticamente importantes, como a face, é o laser de CO2.

Fontes:
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0365-05962011000100030&script=sci_arttext&tlng=pt
http://files.bvs.br/upload/S/1413-9979/2007/v12n4/a0006.pdf

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Arquivado em: Doenças genéticas
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