Dermatomicose em Animais

Graduada em Medicina Veterinária (UFMS, 2009)

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O nome dermatomicose, também conhecida como “tinha” ou tricofitose, representa qualquer tipo de infecção provocada por fungos parasitas chamados de dermatófitos.

Devido ao estreito contato mantido entre os animais domésticos e os humanos, a dermatomicose destes animais representa importantes zoonoses. Esta doença tem distribuição mundial, sendo mais comum em locais de clima tropical e temperado, principalmente em regiões quentes e úmidas. Ataca diversas espécies de animais, como os bovinos, equinos, ovinos, suínos, cães, gatos, aves, animais silvestres e o homem.

Os prejuízos econômicos diretos desta doença são poucos, pois se trata de uma infecção em partes superficiais do corpo, como a pele, unhas e cabelos. No entanto, a agitação devido ao prurido provocado por ela, resulta em queda no ganho de peso.

A forma mais comum de contaminação é através do contato direto entre animais infectados e animais sadios, no entanto os esporos dos fungos podem estar presentes em diversos locais, como cercas, cochos e postes. Há o desenvolvimento da lesão no extrato queratinizado, sendo que a existência prévia de lesões favorece o estabelecimento deste fungo. Quando há a quebra da relação hospedeiro-parasita, ocorrem manifestações clínicas, como alopecia, eritema, exudação, calor e descamação da pele devido à produção de toxinas e alérgenos. O processo inflamatório tende a destruir o fungo, que procurará melhores condições de desenvolvimento nos bordos da lesão. Assim, após novo período de irritação e de inflamação, novo deslocamento irá ocorrer para a periferia, dando às lesões aspecto de círculos definidos de alopecia e descamação.

O período de incubação pode variar de uma a quatro semanas. As manifestações clínicas ocorrem geralmente na cabeça, pescoço e períneo e, caso não seja iniciado um tratamento adequado, pode se alastrar para outras regiões do corpo. As lesões se caracterizam por serem circulares, circunscritas, com diâmetro variando de 1 a 3 centímetros, podendo estar sem pêlos ou com a presença de uma crosta acinzentada ou amarronzada. Inicialmente, a superfície abaixo da crosta apresenta-se úmida e hemorrágica, mas após as crostas caírem à lesão apresenta-se seca e sem pêlos.

Geralmente, apenas os achados clínicos são suficientes para se obter um diagnóstico. No entanto, sua confirmação pode ser feita através de exames laboratoriais, como: raspado, biópsia ou cultura da pele. Quando se realiza o raspado de pele, este deve ser feito nos bordos das lesões e enviados ao laboratório em envelopes.

O tratamento geralmente é feito com medicamentos de uso tópico, prescritos pelo médico veterinário. No caso de afetar um grande número de animais, como rebanhos, o tratamento é feito à base de pulverização ou banhos com fungicidas. É necessário também que estes animais sejam isolados; deve ser realizada uma desinfecção com produtos de amplo espectro, do ambiente e dos utensílios utilizados no manejo dos animais em questão. Uma boa ventilação e insolação também ajudam minimizar as ações dos esporos.

Fontes:
http://www.animalexotico.com.br/leAssunto.aspx?id=72
https://web.archive.org/web/20111116063752/http://www.vallee.com.br:80/doencas.php/3/19
https://web.archive.org/web/20111113165858/http://www.cnpgc.embrapa.br:80/publicacoes/doc/doc65/dermatomicose.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/Dermatomicose
https://web.archive.org/web/20110210141051/http://www.canildellpropuppies.com.br:80/artigos-veterinarios/dermatopatias.html
http://www.engormix.com/dermatomicosis_caso_clinico_forumsview11918.htm

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