Mal de Parkinson

Mestre em Neurologia / Neurociências (UNIFESP, 2019)
Especialista em Farmácia clínica e atenção farmacêutica (UBC, 2019)
Graduação em Farmácia (Universidade Braz Cubas, UBC, 2012)

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O mal de Parkinson é uma desordem neurodegenerativa progressiva caracterizada pela perda de produção neuronal de dopamina no cérebro. Este mal está aumentando em escala global e se tornando um problema de saúde pública persistente, com a prevalência global chegando a 6,2 milhões de pessoas em 2015 a expectativa é que até 2040 cerca de 12,9 milhões de pessoas passem a ter a doença, dobrando em apenas vinte e cinco anos.

Sintomas

Sintomas do Mal de Parkinson. Ilustração: solar22 / Shutterstock.com (adaptado)

Clinicamente o mal de Parkinson é definido como desordem progressiva do movimento apesar de apresentar sintomas não motores severos. Em seu processo patológico o Parkinson é caracterizado pela perda de células neuronais dopaminérgicas na região da substância negra e pela presença de corpos de Lewy na região do mesencéfalo. As terapias atualmente disponíveis no mercado para tratamento do mal são as com foco no aumento da comunicação celular nas vias dopaminérgicas, e com a progressão da doença há necessidade de complementação do tratamento.

Causas e fatores de risco

O avanço da idade é um dos fatores mais impactantes fazendo com que sua prevalência aumente gradativamente conforme a idade, surgindo normalmente entre os 55 e 60 anos e aumentando progressivamente. Outro fator que pode auxiliar é o fator genético e epigenético, ou seja, fatores ambientais que podem auxiliar no processo de transformação gênica. Alguns estudos mostram os envolvimentos ambientais para a contribuição do aparecimento e desenvolvimento da doença porém os fatores são complexos, dentre os fatores listados estão a ingestão de cafeína, a exposição ao tabaco, e a exposição e/ou consumo de pesticidas (ou agrotóxicos). Dentre os fatores genéticos existem duas grandes categorias; as variações raras de DNA que estão associadas com o Parkinson monogênico ou familiar e as variações mais comuns, ou variantes de efeitos menores, identificadas como doença de Parkinson esporádica.

Tratamentos

Os tratamentos disponíveis atuais são através de terapias psicoterápicas nos casos que temos envolvimento de outros fatores como depressão, perda de memória e o possível aparecimento de demências, e tratamento através de medicamentos que possuem função neuroprotetora, ou seja, diminuindo a morte neuronal com intuito de retardar a diminuição progressiva da doença e consequentemente evitar a redução da produção de dopamina que é um dos neurotransmissores responsáveis pelo controle motor e que nesta desordem do sistema nervoso central, como por exemplo a levodopa, os inibidores das amino oxidases, anticolinérgicos e amantadina. Um estudo de revisão publicado em 2017 por um grupo de pesquisadores mostra que os sintomas motores cardinais tendem a responder positivamente com os tratamentos farmacológicos clássicos disponíveis Outra alternativa em casos mais complexos é o tratamento cirúrgico, indicado quando o tratamento farmacológico não se mostra capaz de controlar o avanço da doença e os sintomas diários. No processo cirúrgico é feito o implante de eletrodos capazes de emitir estimulação elétrica de alta frequência no núcleo subtalâmico. Essa estimulação é capaz de reduzir a atividade cerebral diminuindo por sua vez os sintomas do mal. A cirurgia pode adiar o progresso da doença em anos e seus benefícios ao controle dos tremores e diminuição da rigidez é considerável, porém sua indicação é restrita a casos mais complexos, onde não há alternativa farmacológica eficaz na redução dos sintomas apresentados.

Para evitar o avanço da doença é aconselhado o acompanhamento com especialistas, e ao detectar os primeiros sinais de tremores nas mãos procure um médico, mantenha atividades que estimulam o Sistema Nervoso como jogos de memória, quebra cabeça, caça palavras, leituras, acompanhamento de noticiários, prática de atividades físicas, pois estas podem manter a qualidade dos movimentos e sua precisão e aliado a todos esses fatores busque uma dieta saudável.

Leia também:

BLAUWENDRAAT, Cornelis; NALLS, Mike A.; SINGLETON, Andrew B. The genetic architecture of Parkinson's disease. The Lancet Neurology, 2019.

DORSEY, E. Ray; BLOEM, Bastiaan R. The Parkinson pandemic—a call to action. Jama neurology, v. 75, n. 1, p. 9-10, 2018.

FANG, John Y.; TOLLESON, Christopher. The role of deep brain stimulation in Parkinson’s disease: an overview and update on new developments. Neuropsychiatric disease and treatment, v. 13, p. 723, 2017.

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