Psitacose

Graduada em Medicina Veterinária (UFMS, 2009)

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A psitacose, também chamada de ornitose, febre dos papagaios ou clamidiose, é uma doença infecciosa que apresenta como agente etiológico a bactéria Chlamydia psittaci, sendo que esta é encontrada no mundo todo, ocorrendo em todas as épocas do ano.

Os principais reservatórios desse agente são as aves, especialmente os psitacídeos, grupo que engloba os papagaios, periquitos, araras, entre outras espécies. Todavia, pode ser encontrado em outras aves como pombos, borrachos, galinhas e pavões.

Constitui uma zoonose, acometendo especialmente os indivíduos que estão em contato direto com as aves. A contaminação ocorre quando o pó das penas ou fezes das aves infectadas é inalado, bem como por meio da picada de uma ave infectada e, raramente, de uma pessoa para outra através de perdigotos.

O período de incubação dessa bactéria, nos humanos, dura cerca de quatro semanas. Após esse período, o portador apresenta febre, arrepios, cefaléia, cansaço e perda de apetite, além de acessos de tosse, que inicial emente é seca produzindo, por conseguinte, um muco esverdeado. Esses pacientes também podem apresentar epistaxe e esplenomegalia, com quadro pulmonar similar a de uma pneumonia atípica. A febre costuma durar de duas a três semanas, desaparecendo gradativamente. De acordo com a idade do indivíduo infectado e da extensão do tecido pulmonar acometido, a doença varia de leve a severa.

Já  nas aves, o período de incubação varia de 3 a 106 dias. O quadro clínico pode ser diferenciado em forma serosa ou respiratória, digestiva ou na forma mista. Dependendo de como a doença se manifesta, podem ser observados os seguintes sintomas: sonolência, falta de apetite, eriçamento das penas, diarréia que varia de intensidade. Os animais emagrecem, ficando caquéticos e acabam morrendo, normalmente apresentando um quadro de paralisia em um a duas semanas. Pode ocorrer morte súbita sem que haja a apresentação de sinais clínicos.

O diagnóstico é clínico-epidemiológico e sorológico, realizado por meio de reação de fixação de complemento e/ou ELISA. A confirmação do diagnóstico é alcançada quando há a presença de títulos elevados em quatro vezes entre a fase aguda e a convalescença, obtidos com intervalo de duas a três semanas entre cada coleta.

Nas aves, o diagnóstico normalmente é feito por meio do quadro clínico apresentado pelos animais. Em uma doença aguda, geralmente observa-se alterações nos exames de sangue. Por meio de exames radiográficos, a esplenomegalia é o achado mais comum.

O tratamento de eleição em adultos é feito com a doxiciclina, 100mg, por via oral, de 12/12 horas, por 14 a 21 dias. Já em crianças, recomenda-se usar eritromicina, de 30-40mg/kg/dia, por via oral, de 6/6 horas. O quadro clínico começa a regredir dentro de 24/48 horas.

Para as aves, o antibiótico de eleição são as tetraciclinas. O uso de rações com clortetraciclina, obtendo-se uma concentração sanguínea terapêutica de 1µg/ml por 4 dias, representa o tratamento oficial aprovado mais comumente realizado. Aparentemente, a doxiciclina é clinicamente mais eficaz que a clortetraciclina; todavia, é encontrada apenas na forma oral e endovenosa nos Estados Unidos. Esta deve ser administrada apenas na forma oral na dose de 25mg/kg, a cada 12 horas, ou de 50mg/kg a cada 24 horas, durante 45 dias.

Para a prevenção dessa doença, é importante uma educação em saúde para alertar a população sobre os riscos relacionados à exposição aos reservatórios, regulamentação da importação, criação e transporte de aves, utilização de antibióticos ou quarentena desses animais, quando necessário. É importante também que haja uma vigilância adequada de granjas, aviários e locais de vendas desses animais. Eliminação das fontes de infecções deve ser realizada.

Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Psitacose
http://www.saudevidaonline.com.br/psitacose.htm
http://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/1817/psitacose.htm
http://www.manualmerck.net/?id=67&cn=748
http://www.revista.inf.br/veterinaria11/revisao/edic-vi-n11-RL24.pdf
https://web.archive.org/web/20080526091147/http://www.drashirleydecampos.com.br:80/noticias/6285

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Arquivado em: Doenças bacterianas
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