A internet como meio propagador das ações, reações e situações escolares

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Considerações iniciais

A escola é uma extensão da família e da sociedade, com foco na formação e na promoção do conhecimento. Este fato deriva da realidade de que tanto professores e equipe diretivo-pedagógica quanto alunos e pessoal de apoio, são elementos da mesma sociedade e, em muitas das vezes, da mesma comunidade civil. Portanto, todas as práticas pedagógicas de uma escola deverão aproveitar os conhecimentos previamente adquiridos em sociedade, como também aperfeiçoá-los, a fim de devolver o aluno ao seu convívio, desta vez com saberes aperfeiçoados e prontos para solucionarem os diversos problemas do dia-a-dia.

A importância da participação da comunidade civil nas práticas escolares é inquestionável. Mas é primordial que lembremos que nem todos os “seres sociais” participam ativamente da escola. Porém, a escola, por sua vez, não pode e nem deve cruzar os braços e deixar que o conhecimento e as práticas nela produzidos se percam no vazio irreconhecível do esquecimento, ela tem que fazer transbordar suas ações para além de seus muros, isso faz com que sua credibilidade aumente, as atenções voltem-se para si, os benefícios comecem a chegar e as matrículas se multipliquem.

A internet como meio de propagação

Para disseminar as práticas pedagógicas ou quaisquer outras ações da escola é necessário utilizar-se de um meio que execute esta missão com maior potência possível. A ideia é lançar os “produtos” escolares o mais distante possível. Isso servirá para que outras escolas percebam que é possível fazer acontecer, e também fará com que pessoas não participantes da escola enxerguem a sua (escola) importância na construção de uma formação sólida, de uma profissionalização, de uma personalidade etc.

Não somente os produtos poderão ser expostos à sociedade, mas também tudo aquilo que ainda se encontra em fase de execução. Podem ser realizadas divulgações periódicas que mostrem a cronologia dos acontecimentos, o que enriquece tanto visualmente, quanto informativamente.

Com a chegada da internet, e como toda a liberdade que ela ainda carrega, é possível realizar as divulgações almejadas de forma gratuita e com a rapidez de um simples clique. Todos os eventos escolares podem ser fotografados ou filmados e em seguida publicados em plataformas virtuais compartilhadas com o mundo. Além disso, os responsáveis por alimentar essas publicações podem escrever textos dos mais variados, limitando-se apenas na sua própria imaginação, e divulgá-los a todos os usuários da rede mundial de computadores.

Uma alternativa muito interessante e funcional é o Blogger. O blogger é uma ferramenta muito similar ao antigo diário pessoal, utilizado para registrar experiências pessoais ou objetos de interesse de seu proprietário. Porém, como o blogger é uma ferramenta virtual ligada à internet, todas as experiências nele publicadas são disseminadas ao mundo praticamente em tempo real.

Outra alternativa ainda mais potente, em termos de divulgação, é o facebook, isso porque ele é a ferramenta da moda atual. Praticamente todos os jovens e boa parcela dos adultos estão a ele conectados, o que possibilita melhor absorção do produto divulgado. O usuário divulgador das práticas escolares ainda pode conciliar todas as vantagens do facebook com as funcionalidades do twitter e melhorar ainda mais as chances de atingir o público alvo da divulgação. O twitter serve para transmitir, instantaneamente, a milhares de seguidores, mensagens curtas que, geralmente, são compostas, também, pelo link da matéria completa em apreciação. Isso abrange ainda mais o território de divulgação, atinge um público ainda maior.

Tudo que acontece na escola pode ser divulgado, objetivando, cada postagem, fins diferentes. O professor poderá publicar a realização dos seus projetos e práticas diárias, realizar debates e provas virtuais com os alunos, divulgar gabaritos etc.; a equipe pedagógica poderá divulgar todas as ações pedagógicas ocorridas em sua escola; a direção poderá divulgar fatos relacionados à gestão, aos aspectos físicos e estruturais da escola, bem como legislação, projeto político pedagógico, propostas, prestação de contas etc. É importante ainda que as limitações impostas pelo sistema sejam também divulgadas, isso pode chamar a atenção dos gestores para possíveis melhorias: transporte escolar, reformas, merenda, contrato de pessoal especializado etc. Essas medidas não objetivam promover o conflito, mas buscar soluções. Assim que as medidas resolutivas forem sendo tomadas, publique-as na página da escola.

Um caso de sucesso deste tipo de ação pode ser observado na EE de São Paulo, na capital paulistana, onde alunos criaram, no facebook, a página “Diário de Escola” ¹. Nesta página eles publicam tudo que acontece na escola, inclusive as suas necessidades. Os benefícios não demoraram a surgir, como relata o aluno Guilherme Patrício de Araújo, 15 anos, um dos administradores da página...

“A escola tem problemas com rachaduras, buracos, infiltrações, falta de portas e móveis e vidros quebrados. Tudo vai para os posts.”

“Houve quem dissesse que estávamos prejudicando a imagem da instituição, mas logo as pessoas perceberam os ganhos gerados pela divulgação. E temos o cuidado de, quando os problemas são resolvidos, também registrar com uma nova foto... Algumas pessoas buscaram a ajuda de vereadores e, juntos, conseguimos que uma reforma fosse iniciada.”

Considerações finais

Como vimos no caso anterior, uma página escolar na internet pode trazer muitos benefícios. É somente necessário que ela seja administrada com responsabilidade e imparcialidade, cobrando quando necessário, mas elogiando quando os problemas forem sanados. Os alunos da EE de São Paulo preferem não adentrar no território “qualidade de ensino”, mas no caso de a página ser gerenciada pela equipe diretivo-pedagógica, esse tema também pode ser abordado.

“O conhecimento que não ultrapassa os muros da escola é desprezível, desnecessário.”

(Robison Sá)

Referência bibliográfica:

ARAÚJO, Guilherme (Depoimento a Ana Scachetti). A página que criamos ajudou a conquistar a reforma da escola. Revista Nova Escola, n. 267, p. 27. São Paulo, 2013.


[1] https://www.facebook.com/DiarioDeEscolaEedeSaoPaulo

Arquivado em: Educação, Pedagogia
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