Alfabetização na Era Digital

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Considerações iniciais

Caderno e lápis na mão, exposição da língua escrita no quadro negro, transcrições repetidas de termos, associações a palavras com iniciais iguais à letra que se queria aprender. Essas e outras metodologias marcaram um período clássico da alfabetização brasileira. Mas será que esse período marcado por essas metodologias ficou no tempo passado? Afirmo que não.

Realmente, o uso desses meios um pouco arcaicos pode ser visto em dias atuais, embora não seja opção única para os interessados na Alfabetização. A evolução da sociedade criou e revelou ao mundo ferramentas tecnológicas capazes de disponibilizar bilhões de informações num pequeno fragmento de segundo. Esse fornecimento de informações quebra o paradigma professor-sabe-tudo, o que, por sua vez, fornece novas definições para o profissional da docência: professor, mediador, facilitador, direcionador etc. A partir disso, um novo perfil de aluno se cria, um aluno autodidata, capaz de reunir as diversas informações direcionadas pelo professor e utilizá-las em benefício de sua autoformação – pelo menos isso é o que se espera.

Alfabetizar os seres digitais

No dia a dia, o discente está diretamente conectado as novas tecnologias da informação, seja por motivo de diversão, comunicação, trabalho, pesquisa, publicação ou uma infinidade de utilidades que esse meio oferece. Por outro lado, uma enorme contradição ocorre no cenário educacional, que recebe este aluno tecnologizado com ferramentas ultrapassadas, com tecnologias anciãs. Mas não seria a escola responsável por iniciar o conhecimento sobre essas tecnologias? Não seria Ela a responsável pela capacitação do uso dessas ferramentas? Não seria a escola um lugar apropriado para se familiarizar com aquilo que é novo? Como pode o computador invadir o mundo externo a escola e nunca conseguir adentrar os seus muros ou as suas salas?

Para alfabetizar um ser tecnológico temos que nos conduzir por meio de veículos tecnologizados. O alfabetizador tem que estar harmonizado com as novas tecnologias e saber fazer bom uso delas. Excelentes ferramentas estão disponíveis ao alfabetizador, desde que ele possa se formar como ser tecnologizado e aprender a utilizar os saberes adquiridos como produto desta formação. A seguir darei algumas dicas de ferramentas/suportes alfabetizadoras disponíveis na sociedade digitalizada.

  • Word: é uma ferramenta de criação e edição de textos capaz de armazenar os dados escritos para leituras posteriores. Os textos podem ser lidos pelos seus criadores ou compartilhados através da Internet para os seus usuários do mundo inteiro. À medida que a criança se colocar de frente ao computador e se utilizar de um editor de texto, ela terá que procurar as letras corretas no teclado para formar as palavras desejadas e assim poder formar frases etc. É importante lembrar que as letras no teclado estão dispostas estrategicamente, mas de forma aleatória, e à medida que o aluno digita o texto, ele também trabalha a motricidade de ambas as mãos.
  • Excel: Esta é uma ferramenta de cálculo, mas que desenvolve uma série de funções que, também, podem auxiliar na alfabetização. No Excel podem ser trabalhadas palavras cruzadas, caça-palavras, labirintos, diversos jogos de raciocínio etc.
  • PowerPoint: esta ferramenta pode ser utilizada para tornar o processo de alfabetização prazeroso e visualmente bonito. Pode-se trabalhar com slides de imagens diversas, fotografias dos próprios trabalhos em sala de aula, alfabeto animado etc.
  • Internet: esta ferramenta é caracterizada pela sua infinidade de recursos. Nela o alfabetizador poderá encontrar jogos educativos, imagens, projetos, textos, livros, laboratórios virtuais e muitos outros. Uma excelente opção bastante utilizada, no momento, na alfabetização é a enciclopédia livre Wikipédia. Como as informações que alimentam a Wikipédia é inserida por vários usuários, a sua veracidade fica comprometida. Os aspectos textuais e a gramática também ficam comprometidos por este motivo. Uma ideia é utilizar os textos da enciclopédia para leitura, análise e correção posterior. Estes ajustes poderão ser feitos na própria plataforma da Wikipédia, bastando, para isso, realizar um cadastro simples e rápido. À medida que estas correções vão sendo realizadas, os alunos vão exercitando os seus conhecimentos gramaticais, suas técnicas de interpretação de textos e habilidade de escrita.

Considerações finais

Devo lembrar que as ferramentas acima ilustram um pequeno fragmento do infindável universo de apetrechos tecnológico-educacionais utilizáveis na prática docente diária. Porém, a ferramenta por si só não indica o sucesso da aprendizagem, mas ela, agregada com a sua correta utilização, pode levar discente e docente ao êxito da alfabetização.

“Para que a turma cumpra bem os desafios e avance, você verá, o professor deve continuar realizando um planejamento e intervenções adequadas a cada momento.” (NOVA ESCOLA, n. 264, 2013).

Assim, podemos afirmar que o sucesso da alfabetização não está exclusivamente sob a posse das novas ferramentas tecnológicas, mas sim dos profissionais que fazem diariamente uso delas.

“Um clique e tenho o mundo aos meus pés.”

(Robison Sá)

Referência bibliográfica:
SANTOMAURO, Beatriz. A alfabetização do nosso tempo. Revista Nova Escola: n. 264, p. 47-51, 2013, São Paulo.

Arquivado em: Educação, Pedagogia
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