Radicalismo

Mestrado em História (UFJF, 2013)
Graduação em História (UFJF, 2010)

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O Radicalismo é uma filosofia que utiliza métodos extremos para gerar as transformações pretendidas por seus promotores.

A origem do Radicalismo está em um dos mais importantes eventos da história mundial, a Revolução Francesa. Esta rompeu com o chamado Antigo Regime e seus rígidos estamentos sociais e com os privilégios da nobreza e do clero na sociedade. A concepção de sociedade que introduziu marca nossa vida até hoje e, por isso, o evento é considerado o divisor de águas na história ocidental, marcando o fim da Idade Moderna e o início da Idade Contemporânea. No entanto, seu desenvolvimento foi marcado por várias ações extremistas. O termo Radicalismo, contudo, foi introduzido por Charles James Fox, em 1797, na Câmara dos Comuns, na Inglaterra.

Durante a Revolução Francesa, o grupo dos chamados jacobinos defendia a radical reformulação do sufrágio e da ordem social. O período em que estiveram no poder no desenvolvimento da Revolução Francesa marcou a fase do terror, pois os jacobinos não poupavam-se dos métodos extremos para promoção de suas reformas. Assim, centenas de pessoas perderam suas cabeças com o uso da guilhotina, que eliminava os opositores e representantes do status quo. Entre eles, o próprio monarca francês da época. Paris ficou literalmente coberta de sangue naquele período.

A França não exportou apenas uma nova concepção social para o mundo ocidental, mas também seu Radicalismo, que pautou o comportamento de muitos grupos políticos. Neste campo político, especialmente, o Radicalismo é visto como uma variante do Liberalismo com práticas mais extremas e mais associadas aos movimentos de esquerda.  Ainda em meio a Revolução Francesa, o Radicalismo chegou à Inglaterra e orientou o Partido Whig, que seguia a ideia de que o valor das ações é medido pelo bem que causam ao maior número de pessoas. No decorrer do século XIX, Itália e Espanha também passaram a contar com seus partidos radicais defendendo políticas democráticas e revolucionárias. Por sinal, essas ideias foram reunidas e canalizadas no pensamento de um dos filósofos mais influentes da história da humanidade, Karl Marx. O chamado Marxismo versa sobre a luta de classes e prega a superação do capitalismo por meios radicais nos quais a classe proletária deve tomar o poder da classe burguesa.

O Brasil também conta com radicais políticos em sua história. Mas, assim como aconteceu gradativamente no mundo, o Radicalismo foi incorporado por outras denominações. Em nosso país, os radicais eram os republicanos, defensores de transformações na situação vigente no século XIX, ou seja, fim da monarquia e dos privilégios da Igreja Católica, por exemplo.

Em suma, o Radicalismo é uma oposição ao Conservadorismo, mais afeito à manutenção dos padrões sociais. A luta social proposta por radicais é vista por grupos políticos divergentes como desestabilizadora da ordem constitucional, embora os radicais não sejam contra a existência de uma organização constitucional da sociedade. Originalmente dotado de práticas extremas, o Radicalismo tornou-se, em geral, mais brando em suas ações, porém continua buscando reformulações absolutas dos respectivos contextos em que estão inseridos.

Fontes:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40141990000100002
http://www.scielo.br/pdf/rbcsoc/v16n46/a01v1646.pdf
http://books.google.com.br/books?hl=pt-BR&lr=&id=Jj-M13o5LfAC&oi=fnd&pg=PA5&dq=Radicalismo&ots=5GvLOHDOLf&sig=jDQ2g5Cw3QmZo7DYH25nrbhmAbI#v=onepage&q=Radicalismo&f=false
http://ideas.repec.org/b/ext/derech/421.html

Arquivado em: Filosofia
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