Bóias-Frias

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No dicionário “bóia-fria” é o “trabalhador agrícola que se desloca diariamente para propriedade rural, geralmente para executar tarefas sob empreitada”. Mas, o dicionário não menciona suas condições indignas e perigosas de trabalho. Sem direitos, sem educação, trabalhando nas terras de outro por salários que não são suficientes nem para uma pessoa, que dirá para uma família.

O termo bóia-fria surgiu do costume destes trabalhadores de levar uma marmita consigo logo cedo e, na hora do almoço comê-la fria mesmo (bóia, uma gíria para comida + fria).

O grande problema dos bóias-frias é que suas condições de trabalho são as piores possíveis, estando muitas vezes aliadas às condições de escravidão e trabalho infantil.

Em Ribeirão Preto, em junho de 2007 foi feita uma denúncia da morte de quinze pessoas por causa de trabalho excessivo na colheita da cana-de-açúcar. Segundo a denúncia feita pelo “Relatório Nacional de Direitos Humanos, Econômicos, Sociais e Culturais”, uma iniciativa apoiada pela ONU, a morte dos quinze trabalhadores teria ocorrido por acidente vascular cerebral e parada cardio vascular ocasionados pelo trabalho excessivo e pela falta de água potável, moradia apropriada, equipamentos de primeiros socorros e ambulância.

O mais preocupante é que casos como este ocorrem no Brasil todo, sem que ninguém tome conhecimento. O caso relatado acima ocorreu em uma das regiões mais desenvolvidas e urbanizadas do país, imaginemos então, o que deve ocorrer em outras regiões menos estruturadas do Brasil. Mas, ao mesmo tempo, diversas organizações buscam combater este tipo de trabalho.

Uma delas é a organização “Sucre-Ethique” (Açúcar – Ético), formada por representantes do Brasil, França, África, Burquina-Faso, Paraguai e Madagascar, busca reunir sindicatos, produtores, indústrias açucareiras e a sociedade civil na luta por melhores condições sociais e ambientais.

Fontes
Dicionário Aurélio Eletrônico - Século XXI. Versão 3.0 de 1999.
http://www.agenciabrasil.gov.br
http://www.sucre-ethique.org

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