Geografia populacional

Graduado em Geografia (Centro Universitário Fundação Santo André, 2014)

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A Geografia Populacional é determinada como uma área de estudo que envolve a dinâmica populacional que se produz e reproduz dentro de um espaço.

Fatores como a disponibilidade de recursos naturais, diferenças culturais, sociais, políticas e econômicas implicam diretamente na dinâmica demográfica, como por exemplo, o número de pessoas empregadas (população economicamente ativa), o deslocamento de pessoas para um novo espaço (migrações), a relação entre os nascimentos e óbitos em uma determinada região (crescimento populacional), a relação entre a quantidade de habitantes em uma área e a forma como se distribuem nesse espaço (distribuição populacional), entre outros. Todos esses campos se encontram nos ramos de estudo da geografia populacional.

Índices Demográficos

Os índices demográficos são fontes importantes de estudo dessa área, pois são por eles que se compreende a qualidade de vida de determinada região, como taxas como natalidade, mortalidade, crescimento populacional, analfabetismo, população economicamente ativa (PEA), renda per capita, entre outros índices.

As pirâmides etárias também são importantes instrumentos de estudo, sendo expressadas através de gráficos que dividem a quantidade de homens e mulheres de cada faixa etária em uma região. Esse gráfico ajuda a compreender pela quantidade de pessoas em cada faixa etária o grau de desenvolvimento de um país. Se a base, parte que representa população mais jovem, está mais larga, infere-se que o país possui menor desenvolvimento. Se a faixa central que representa os adultos estiver mais larga que a base e o topo representa um país em desenvolvimento. Quando a faixa do topo que representa os idosos está mais larga significa um desenvolvimento maior no país, pois a expectativa de vida está alta e consequentemente a qualidade de vida também.

Pirâmide etária do Brasil, segundo o IBGE (dados do Censo 2010).

Teorias Demográficas

Para compreender as dinâmicas sobre crescimento da população algumas teorias surgiram ao longo da história, chamadas de teorias demográficas:

  • Teoria Malthusiana: desenvolvida no final do século XVIII, indica que a população crescia de forma geométrica e a produção alimentícia seria de forma aritmética. Nesse sentido, faltariam alimentos para a população e muitos morreriam de fome.
  • Teoria Neomalthusiana: surge na segunda metade do século XX, apontava que o alto índice de nascimentos era responsável pela pobreza dos países menos desenvolvidos, pois os governos não criavam políticas de controle da natalidade.
  • Teoria Reformista ou Marxista: surge para confrontar as outras duas, essa aponta que a pobreza dos países é ocorrência da má distribuição de renda e do processo exploratório desde as colonizações, acreditando que a redução da natalidade de países menos desenvolvidos ocorreria pelo investimento em cultura e qualidade de vida.

As três teorias buscavam explicar as dinâmicas de distribuição populacional entre países considerados mais e nos menos desenvolvidos economicamente.

Transições Demográficas

As transições demográficas são outras importantes áreas de estudo, pois a partir delas se compreende a dinâmica do crescimento populacional de determinado espaço. Isso ocorre devido a diminuição das taxas de natalidade e mortalidade, podendo ser separada em quatro fases:

  • 1ª fase - Pré-Transição: os índices de natalidade e mortalidade estão altíssimos, isso indica uma sociedade com baixo desenvolvimento econômico, caracterizando períodos pré-industrialização.
  • 2ª fase - Aceleração ou Explosão Demográfica: Há crescimento acelerado da população, porém possui redução da taxa de mortalidade, indicando uma melhora no sistema de saúde e saneamento básico, associando ao processo de urbanização.
  • 3ª fase - Desaceleração Demográfica: Percebe-se uma redução das taxas de natalidade e mortalidade, o planejamento familiar e o aumento da qualidade de vida auxiliam nessa redução.
  • 4ª fase - Estabilização Demográfica: Há um equilíbrio entre as taxas de natalidade e mortalidade, ambas se mantêm baixas, apresentando uma qualidade de vida mais elevada, aumento da expectativa e controle demográfico.

Bibliografia:

DANTAS, Eugenia Maria. Geografia da população / Eugenia Maria Dantas, Ione Rodrigues Diniz Morais e Maria José da Costa Fernandes. – 2. ed. – Natal: EDUFRN, 2011. 246 p.: il

 

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