Planalto Meridional

Graduanda em Geografia (IFSP)
Graduada em Biologia (UNICSUL, 2018)

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O Planalto Meridional ou Planalto das Araucárias localiza-se em grande parte na região Sul do Brasil, ao oeste da região sudeste e extremo sul da região centro-oeste, sendo banhado pelos rios Uruguai e Paraná. Composto geologicamente por arenito e grandes extensões de basalto, é formado principalmente por terrenos sedimentares. Para facilitar a sua caracterização, o Planalto Meridional costuma ser dividido em duas partes, como Planalto Arenito-basáltico e Depressão Periférica.

A descrição geológica do Planalto Meridional é caracterizada pela ocorrência de rochas vulcânicas, da Formação Serra Geral, por volta do jurássico-cretáceo, com um pacote sedimentar sobreposto, pertencente a Formação Tupanciretã, terciaria. Os solos do Planalto Meridional possuem características próprias que dependem da rocha mãe e das condições climáticas, além da topografia, drenagem, entre outros pontos.

Entre o Planalto Atlântico e o Planalto Arenito-Basáltico, a predominância é de terrenos recobertos por arenito, sendo assim, conhecido como Depressão Periférica. O basalto é uma rocha ígnea, responsável pela formação de solos de terra roxa na região. O solo avermelhado é muito fértil e sua formação ocorreu pela decomposição de rochas basálticas, que originalmente foram formados pelos derrames vulcânicos que ocorreram há milhares de anos, causado pela separação da Gondwana, na Era Mesozoica. Porém, o solo roxo não se encontra por todo Planalto Meridional, apenas em algumas regiões favorecidas pelas condições climáticas.

Solo de terra roxa em território argentino, que também possui parte do Planalto Meridional. Foto: Leandro Kibisz / Wikimedia Commons / CC-BY-SA 2.5

O solo do basalto apresenta disponibilidade de ferro na rocha mãe da região, uma cor vermelha intensa é uma forte característica, com ocasional aparecimento de concreções ferruginosas ¹. A textura dos solos é argilosa, com drenagem que se desenvolve bem. Pelo restante do Planalto Meridional, a cor predominantemente do solo é cinza, cinza-claro, ou marrom-claro, por conta do baixo teor de ferro na rocha mãe, sendo sua textura aproximadamente semelhante com a rocha basáltica.

O maior pico do Planalto Meridional é a Serra Geral. Sua formação rochosa se inicia no Paraguai, cortando diagonalmente o estado do Paraná, dividindo o litoral ao interior de Santa Catarina, percorrendo pelo interior do Paraná e terminando no litoral do Rio Grande do Sul. A Serra Geral faz parte de uma cadeia de serras, com sua área aproximadamente de 17300 hectares. Seu clima é predominantemente temperado, sem período de seca, com as temperaturas variando entre -8°C até 30°C, com a pluviosidade variando entre 1500 a 2000 milímetros anuais. Seu relevo, especificamente em Santa Catarina, é acentuado com morros e vales profundos recortando o planalto, formando cânions. Pelo Rio Grande do Sul, é o oposto, com coxilhas suaves e vales rasos, não havendo essa mudança abrupta no terreno.

A cobertura vegetal da região consiste em Florestas de Araucárias, Floresta Pluvial Atlântica e área de campos, incluindo entre elas, as zonas de transição. A Floresta de Araucárias possui em sua área o pinheiro-do-paraná, o carvalho, a caúna e o pinheirinho bravo. Como destaque da fauna, está o lobo-guará, a suçuarana (onça-parda ou puma) e do veado campeiro, avistados em áreas remotas e isoladas, e entre as aves, pode-se destacar o gavião-pato e a águia cinzenta, ambos ameaçados de extinção.

A Depressão Periférica possui nomes locais, como Depressão Paulista, Planalto dos Campos-Gerais e Depressão do Jacuí, que se localiza no Rio Grande do Sul. O Planalto Arenito-Basáltico é delimitado pelas cuestas, que são formas de relevos em que os montes e colinas, não possuem uma forma simétrica, sendo suave de um lado e íngreme do outro. As serras de Maracaju, Itaquerí, Caiapó, São Pedro, Botucatu, Fartura, Esperança, Botucaraí, Geral, São Xavier, entre outros, possuem denominações regionais conhecidas como Planalto do Alto Paraná, Triangulo Mineiro, Planalto Ocidental de São Paulo, Planalto do Alto Uruguai, etc.

Bibliografia:

AZEVEDO, Aroldo de. O Planalto Brasileiro e o problema da classificação de suas formas de relevo. Boletim Paulista de Geografia, n. 2, p. 43-50, julho de 1949.

http://ecoviagem.uol.com.br/brasil/rio-grande-do-sul/parque-nacional/serra-geral/

http://www.ibama.gov.br/siucweb/mostraUc.php?seqUc=67

¹ https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/170725/000011771.pdf?sequence=1&isAllowed=y

Arquivado em: Brasil
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