Vegetação de Sergipe

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A vegetação de Sergipe pode ser dividida entre a porção úmida, a árida e a transição entre as duas. No litoral predominam os mangues (coqueiros e restingas). No agreste sergipano, a cobertura vegetal típica é a caatinga. Entre as duas áreas distribui-se uma faixa da floresta tropical ainda restante. Estima-se que, de toda a cobertura vegetal original do estado, resta apenas 5%.

Tipos de Vegetação do Estado de Sergipe. Fonte: Observatório de Sergipe. (clique para ampliar)

Tipos de Vegetação do Estado de Sergipe. Fonte: Observatório de Sergipe. (clique para ampliar)

Na porção úmida do território sergipano predomina a vegetação perenifólia, marcada pela presença de manguezais, restingas e várzeas, além de alguns resquícios de Mata Atlântica. A vegetação herbácea predomina entre praias e dunas, compreendidas desde a foz do Rio São Francisco até a divisa com a Bahia. A presença das brisas marinha e continental inibe o surgimento de árvores e arbustos de maior parte.

Entre as restingas, vegetação tipicamente perenifólia, é possível encontrar espécies de cactáceas, gutíferas e orquidáceas, além de gramíneas que habitualmente compõem este tipo de cobertura vegetal. Quanto mais distante da faixa litorânea, maior é o desenvolvimento das árvores, que atingem em torno de 15 metros de altura com copas irregulares e troncos finos.

Já os mangues sergipanos, classificados como Floresta Paludosa Marítima, estão concentrados junto aos estuários, formando áreas lodosas, característica dos manguezais. É em meio aos mangues que valiosas espécies de animais mantêm seu habitat tais como camarões, caranguejos, ostras, saracuras, siris e socós.

O que ainda resta da Mata Atlântica se estende por todo o litoral sergipano, compreendendo uma faixa de 40 km em direção ao interior do estado, onde a floresta inicia um processo de transição com a caatinga. A área apresenta espécies caducifólias, mistas estacionais e perenifólias. Em relação à cobertura original, pouco ainda resta no estado. Segundo o Zoneamento Ecológico-Florestal do Estado, publicado em 1976, a estimativa era de que a área primitiva contava com 10000 km² de florestas. Já no final da década de 1950, restavam apenas 2000 km² de florestas originais no território sergipano.

Ainda nesta região marcada pela formação mista encontram-se, além de resquícios de Mata Atlântica, áreas denominadas como tabuleiros. São regiões caracterizadas pela vegetação mais próxima do cerrado com bosques de árvores em meio a gramíneas e ervas, servindo como zona intermediária entre a floresta Atlântica e a caatinga. Os tabuleiros são marcados pela presença de campos antrópicos, onde foram desenvolvidas muitas das atividades agropecuárias do estado. A retirada da cobertura original e a prática de queimadas expuseram o solo à invasão de espécies típicas do cerrado. Em geral, marcadas por folhas duras, galhos tortuosos e tronco de casca grossa.

Já na região mais árida do estado encontra-se a caatinga, ocupando grande parte do Sertão Sergipano. Caracterizada pela vegetação xerófita, mais resistente à ausência de água, suas espécies podem ser classificadas em hipoxerófila e hiperxerófila, conforme a disponibilidade hídrica para cada uma. A caatinga hipoxerófila é mais úmida com árvores que podem atingir os quinze metros. Por outro lado, a caatinga hiperxerófila tem como característica espécies de estatura mais baixa que suportam de sete a dez meses de estiagem. Na região, é possível encontrar bromélias e cactáceas, além de espécies mais populares como baraúnas, juremas e umbuzeiros.

A fim de preservar o que ainda resta da vegetação original, unidades de conversação foram criadas no estado desde 1996. Entre elas estão: Parque Ecológico do Tramanday, Refúgio de Vida Silvestre Mata do Junco, Reserva Biológica Santa Izabel, Parque Natural Lagoa do Frio, Parque Nacional Serra de Itabaiana e Monumento Natural Grota do Angico. Em vista à preservação e recuperação dos remanescentes da Mata Atlântica, instituíram-se também unidades de conservação como: APA Litoral Norte, APA Litoral Sul, APA Morro do Urubu e Floresta Nacional do Ibura.

Referências:

ALMANAQUE Abril. São Paulo: Abril, 2015.

ARAÚJO, Hélio Mário de. Clima e Condições Meteorológicas. In: SANTOS, Vera Maria dos. Geografia de Sergipe. São Cristóvão: Universidade Federal de Sergipe, CESAD, 2012. Disponível em: <http://www.cesadufs.com.br/ORBI/public/uploadCatalago/14341816012013Geografia_de_Sergipe_Aula_7.pdf>.

OBSERVATÓRIO de Sergipe. Disponível em: <http://observatorio.se.gov.br/>.

SANTOS, Patrícia Cardoso dos (et al.). Enciclopédia do Estudante: geografia do Brasil: aspectos físicos, econômicos e sociais. São Paulo: Moderna, 2008.

SECRETARIA de Estado da Agricultura, Desenvolvimento Agrário e da Pesca. Disponível em: <http://www.seagri.se.gov.br>.

UNIVERSIDADE Federal de Santa Catarina – Centro Universitário de Estudos e Pesquisas sobre Desastres. Atlas Brasileiro de Desastres Naturais: 1991 a 2012. 2 ed. Vol. Sergipe. Florianópolis: CEPED UFSC, 2013. Disponível em: <http://150.162.127.14:8080/atlas/Atlas%20Sergipe%202.pdf>.

Arquivado em: Sergipe
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