Energia geotérmica

Mestre em Ecologia e Manejo de Recursos Naturais (UFAC, 2015)
Graduada em Ciências Biológicas (UFAC, 2011)

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A energia geotérmica ou geotermal é originada do calor proveniente do interior da Terra. A Terra é constituída por camadas, sendo o núcleo a parte mais profunda, a camada seguinte é o manto, onde se encontra o magma (rochas derretidas devido às altas temperaturas). A crosta é a camada mais superficial. Em alguns locais esse calor da Terra está mais próximo da superfície do que em outros, o que facilita sua utilização.

A água dos reservatórios subterrâneos é aquecida quando entra em contato com o magma. Em alguns locais essa água quente sobe até a superfície terrestre e forma pequenos lagos. Mas geralmente abrem-se poços para que a água e o vapor dos reservatórios sejam drenados até a superfície. Esta água naturalmente aquecida pode ser utilizada de diversas formas, como, por exemplo, nos processos industriais e no aquecimento de ambientes, piscinas, estufas de agricultura e lagoas de aquicultura. Estas formas de aproveitamento representam o uso direto do calor geotérmico, sendo que as fontes geotérmicas de baixas temperaturas (35 a 148°C) são as mais indicadas para este tipo de utilização.

A utilização do calor geotérmico na geração de eletricidade representa o uso indireto deste recurso, nesse caso as temperaturas devem ser maiores que 150°C. As usinas geotérmicas são responsáveis por converter esse calor interno da Terra em energia elétrica. Existem várias tecnologias para a produção de energia elétrica, mas de maneira geral o processo tem início com a captação de água quente ou em forma de vapor do interior da Terra por meio de tubos e canos apropriados. Esse vapor é direcionado para as turbinas que giram e acionam um gerador, que produz energia elétrica. Após passar pela turbina o vapor pode ser transformado em água, que é canalizada para o reservatório subterrâneo, reiniciando o ciclo.

Entre as vantagens da utilização da energia geotérmica estão: é considerada limpa e renovável; a emissão de gases poluentes é praticamente nula; apesar das perfurações, não há desgaste do solo; as variações climáticas não interferem na produção de energia; é uma energia barata; o fluido extraído pode ser reinjetado na Terra; pode ser uma ótima alternativa para comunidades isoladas; a área necessária para a instalação da usina é pequena.

As principais desvantagens são: liberação de ácido sulfídrico (H2S), que é extremamente nocivo à saúde humana; os vapores liberados aumentam a temperatura local; necessidade de altos investimentos para a instalação da usina; poluição sonora na fase de perfuração dos poços; é bastante restrita, podendo ser utilizada apenas em locais específicos; possível contaminação de rios e lagos pelos fluidos térmicos.

Cerca de 24 países utilizam a energia geotérmica para produção de eletricidade, os Estados Unidos são o maior produtor, seguido pelas Filipinas e pela Indonésia. Na Islândia, país com intensa atividade vulcânica, onde a água quente e o vapor afloram à superfície, 30% de toda a energia elétrica produzida é proveniente de fontes geotérmicas. Em países como El Salvador, Costa Rica, Quênia, Nicarágua e Nova Zelândia a produção de energia deste tipo situa-se entre 10 e 14%. Mais de 80 países utilizam a energia geotérmica de maneira direta, sendo a maior parte (em torno de 45%) utilizada para o aquecimento de ambientes. A China é um dos países que mais utilizam.

No Brasil a energia geotérmica é utilizada apenas para fins diretos, sendo a maior parte para fins recreativos (banho, natação) e uma pequena parte para fins industriais. Não há registros de usinas geotérmicas no Brasil, mas as ilhas de Fernando de Noronha e Trindade foram identificadas como regiões com potencial de ocorrência de temperatura geotérmica elevada. São necessários muitos estudos para o melhor aproveitamento desse recurso no país.

Referências:

Campos, A. F. et al. Um panorama sobre a energia geotérmica no Brasil e no Mundo: Aspectos ambientais e econômicos. Revista Espacios. 38: 01, p.8, 2017.

Duque, M. R. A. Energia Geotérmica: Alguns comentários. Departamento de Física e Centro de Geofísica da Universidade de Évora. 2011.

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