Blitzkrieg

Mestrado em História (UDESC, 2012)
Graduação em História (UDESC, 2009)

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A Blitzkrieg ou Guerra-Relâmpago, foi uma estratégia militar que teve sua elaboração logo em seguida do fim da Primeira Guerra Mundial. A Alemanha estava cansada das guerras de trincheiras, onde seus soldados passavam dias na lama e sem proventos. Entre 1919-1939, os alemães tiveram que pensar em uma nova tática militar capaz de vencer o inimigo de forma rápida e ofensiva, gerando uma vitória imediata contra aqueles que pretenderia atacar pelo solo e pelo ar. A estratégia da guerra-relâmpago era trocar grandes massas humanas com pouco treinamento, por efetivos bem treinados e equipados, que resolveriam as necessidades ou de defesa ou de ataque com eficiência e rapidez, usando tanques blindados, aviões e infantaria. A Blitzkrieg, foi dividida em três fase: As prioridades; A penetração; O Objetivo.

Na fase das Prioridades o uso das forças blindadas, a Panzerdivision, que eram tanques de guerra eram independentes do resto do exército. Os tanques deveriam se concentrar no local buscando encontrar o ponto fraco dos inimigos. Após os primeiros ataques com os tanques, o exército entra atacando o inimigo com o efeito surpresa.

Já a fase de Penetração os tanques avançam no campo inimigo impedindo que estes façam a sua formação, desestabilizando a tropas e facilitando assim os ataques contra os inimigos. Neste caso, era mais importante chegar a pontos mais extremos dos campos inimigos impossibilitando que estes se defendam.

A fase Objetivo é o desdobramento das outras fases, a partir dela, busca-se o amedrontamento do inimigo fazendo com que o pânico o impossibilite de continuar lutando, ou seja, trabalha na não-reação das tropas inimigas que se veem surpreendidas.

Juntamente com as fases terrestre dos ataques surpresa, os alemães durante a Segunda Guerra Mundial usaram também os aviões, que na época eram uma tecnologia recente, com pouco mais de vinte anos. Cabia aos aviões da força aérea alemã, conhecida como Luftwaffe, ataques específicos, tais como, as reservas de mantimentos, linhas de comunicação ou ainda locais estratégicos como pontes impossibilitando os inimigos de conseguirem contra-atacar. Com ataques ininterruptos, com a força dos mecanismos de guerra os alemães conseguiam facilmente destruir as defesas inimigas. Não que estas fossem frágeis, é que os poderios investidos pelos alemães eram mais intensos.

A Alemanha usa esta tática pela primeira vez quando invade a Polônia em 1939, marco que inicia a Segunda Guerra Mundial, com mais de três mil tanques a sua disposição, apoiados pelos aviões. Em um pouco mais de um mês os alemães vencem o exército Polonês e conquistam seu território, graças a sua nova estratégia militar.

Em 1940 usam as mesmas táticas para subjugar a França, que não resistiu as investidas alemãs por mais de um mês. Os aviões removiam os obstáculos, por meio dos bombardeios, os tanques avançavam e a equipes motorizadas vinham na retaguarda finalizando os processos. Esses procedimentos funcionavam como um aríete moderno, empurrando com força e brutalidade as defesas inimigas.

Por volta de 1942, a tática Blitzkrieg mostrou as suas limitações. Como as investidas só poderiam ser executadas em terrenos de operação menores e de durações curtas o que passou a ser impraticável quando a guerra assumiu outras configurações. O termo Blitzkrieg foi popularizado depois da segunda guerra para qualquer tática militar que envolvesse o fator surpresa do inimigo, porém segundo especialistas, essa tática só pode ser referida ao exército alemão durante a Segunda Guerra. O uso da surpresa, infantarias bem equipadas, aviões e tanques blindados é o que configuram a Blitzkrieg.

O termo ficou tão popular, no sentindo de efeito surpresa, que no Brasil, todos as operações surpresas iniciadas pela polícia no trânsito são chamadas de Blitz, que tem origem na Blitzkrieg alemã durante a Segunda Guerra Mundial.

Referência:

HOBSBAWM, E. J. Era dos extremos: o breve século XX: 1914 - 1991. 2. ed. São Paulo: Companhia das Letras

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