Domínio Muçulmano da Península Ibérica

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A partir do ano 711 a Península Ibérica testemunha um de seus mais importantes eventos: a invasão muçulmana, responsável por uma mudança radical no panorama econômico, social e cultural daquilo que mais tarde seriam Portugal e Espanha.

Popularmente chamados de mouros (do latim "maure", que significa "negro", referência à pele escura de um povo africano que vivia onde ficam hoje Marrocos e a parte ocidental da Argélia, e que havia sido dominada pelo Império Romano no século I a.C.) os invasores na verdade constituíam uma força mista, composta de sírios, egípcios, persas e berberes, ou seja, uma força conjunta de todo o mundo islâmico à época, que estava em plena expansão. Comandados por um chefe de Tânger (cidade do Marrocos) de nome Tarique, tais forças atravessam o estreito de Gibraltar, e penetram profundamente na Península ocupando-a quase totalmente cerca de três anos depois. Uma pequena porção de toda a área, na região das Astúrias, ficou reservada à pequena resistência que continuaria por séculos resistindo ao domínio muçulmano e buscando sua expulsão da península.

Assim, os conquistadores formaram Al-Andaluz (nome com o qual os muçulmanos batizaram toda região da Península Ibérica conquistada), e estabeleceram em Córdoba sua capital, exercendo notável ação civilizadora.

Apesar da resistência cristã à sua presença, a verdade é que os governantes muçulmanos se mostraram de uma grande tolerância ante aos diversos povos presentes na península. Há relatos de que templos eram utilizados ao mesmo tempo para cultos tanto de cristãos como de muçulmanos, sendo que a sexta-feira era o dia dedicado aos seguidores do Islã, e no domingo ocorria a missa cristã. Os judeus também recebiam um tratamento condigno, e não há relatos de graves confrontos em torno de diferenças étnicas e religiosas durante a presença muçulmana. De fato, tal domínio influenciou de tal modo a população, que deu origem à cultura moçárabe (assim eram chamados os cristãos que não se converteram ao Islã, mas que adotavam com o tempo vários dos costumes muçulmanos, seja na música, poesia, língua, hábitos de higiene e vestuário).

O domínio muçulmano durou mais de 500 anos (até 1492, com a queda de Granada) e deixou um grande legado, no qual se destaca a introdução de novas técnicas e novas culturas, como sistemas de irrigação (azenhas e noras), introdução de plantas (limoeiro, laranjeira, alfarrobeira, amendoeira e provavelmente o arroz). No domínio da ciência são valiosos os conhecimentos transmitidos: matemática, astronomia e náutica, para além do enriquecimento que os conquistadores proporcionaram à língua peninsular, com vários novos vocábulos.

Bibliografia:
NAVARRO, Roberto. Como foi a ocupação moura da península Ibérica?. Disponível em <http://mundoestranho.abril.com.br/materia/como-foi-a-ocupacao-moura-da-peninsula-iberica>. Acesso em: 22 fev. 2012.

Os Muçulmanos Invadem a Península. Disponível em <http://terrasdesantiago.planetaclix.pt/intrhistsantiagosumula03.htm>. Acesso em: 22 fev. 2012.

As Invasões de Bárbaros e Árabes: o Romanço Português. Disponível em <http://acd.ufrj.br/~pead/tema05/invasoes.html>. Acesso em: 22 fev. 2012.

Arquivado em: História da Europa
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