Invasão da Polônia pela União Soviética

Doutora em História (UDESC, 2020)
Mestre em História (UDESC, 2015)
Pós-graduada em Direitos Humanos (Universidade de Coimbra, 2012)
Graduada em História (UDESC, 2010)

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Dezesseis dias depois de ser invadida pela Alemanha Nazista, a Polônia foi ocupada também pelas tropas soviéticas, em 17 de setembro de 1939. Menos de um mês antes, em 24 de agosto, alemães e soviéticos haviam assinado o Pacto Molotov-Ribbentrop (Pacto Nazi-Soviético), que além de garantir a não-agressão entre os dois países, estabelecia, em um protocolo secreto, a intenção de ambos em relação ao território polonês: dividi-lo em dois, ficando uma parte para a Alemanha e outra para a União Soviética. A repartição da Polônia relacionava-se a um aspecto maior do Pacto, o de determinar as zonas de influência de cada uma das potências na região.

Após a invasão nazista, os soviéticos declararam que o Estado polonês já não existia, criando assim uma justificativa para entrar naquele território. Devido ao conflito já em curso contra a Alemanha, os 1.400 km de fronteira oriental do país ficaram relativamente desprotegidos, o que facilitou a ação do exército inimigo. Diante do fato de que o exército inimigo era numericamente maior e mais preparado, o comandante do Exército polonês, Edward Rydz-Śmigły, ordenou que suas tropas se limitassem às atividades de auto-defesa.

Ao fim do mês de setembro de 1939, no dia 28, a divisão da Polônia se confirmou através da assinatura do Tratado de Amizade, Cooperação e Demarcação entre Alemanha e União Soviética. Além de estabelecer a divisão daquele país, esse tratado falava de uma nova repartição das zonas de influência das duas potências, colocando Lituânia, Letônia e Estônia na esfera soviética.

Durante a ocupação soviética, centenas de milhares de cidadãos poloneses foram deportados para a Sibéria, região extremamente fria e inóspita em que havia diversos campos de trabalho forçado (Gulag). Além disso, intelectuais, policiais e cidadãos poloneses comuns foram assassinados em um episódio que ficou conhecido como Massacre de Katyn e resultou na morte de 21.768 pessoas na floresta de Katyn, em território soviético. Estima-se que desse total cerca de 8 mil eram prisioneiros de guerra, 6 mil policiais e o restante fazia parte da intelectualidade polonesa acusada de sabotagem pela União Soviética.

Entre 4 e 11 de fevereiro de 1945, realizou-se, entre os principais países Aliados, a Conferência de Yalta, na Crimeia. Com a proximidade do fim da Segunda Guerra Mundial, buscava-se estabelecer as regras do pós-guerra, ou seja, as zonas de influência que caberiam às potências envolvidas. Por exigência de Joseph Stálin, líder da União Soviética, a Conferência determinava a criação de um novo governo para a Polônia, ignorando o Governo Polonês no Exílio, em Londres desde 1940. A ideia de Stálin era garantir a hegemonia soviética na região após a guerra, o que logrou com o estabelecimento de um governo comunista. A Polônia permaneceu no Bloco Soviético até a sua queda, em 1991.

Referências:

http://enrs.eu/en/news/882-17-september-1939-the-soviet-invasion-of-poland

http://www.ipn.gov.pl/en/news/77,dok.html

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