Museu da Inconfidência

Mestrado em História (UFJF, 2013)
Graduação em História (UFJF, 2010)

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O Museu da Inconfidência é dedicado ao movimento separatista do século XVIII que marcou na história a figura de Tiradentes.

No final do século XVIII, um grupo de pessoas insatisfeitas com as altas cobranças de impostos da administração metropolitana portuguesa se organizou para tentar libertar o território de Minas Gerais da relação colonial que existia no Brasil. Esse movimento ficou conhecido na história como Inconfidência Mineira, nome dado em decorrência da denúncia ao Império Português por parte de um dos integrantes. A metrópole, ao descobrir os planos dos revoltosos separatistas, caçou os participantes do movimento e enforcou e esquartejou Tiradentes para que servisse de exemplo do que aconteceria com aqueles que desejassem romper a relação de colônia que o Brasil possuía com Portugal.

O Museu da Inconfidência retrata as marcas dessa tentativa de emancipação. Localizado na antiga Casa de Câmara e Cadeia de Vila Rica, o museu preserva a memória dos separatistas que estiveram na vanguarda de alguma tentativa de tornar o Brasil independente da Coroa Portuguesa.

Em 1936, o então presidente brasileiro Getúlio Vargas deu início a uma busca dos restos mortais dos chamados inconfidentes que estavam sepultados na África com o intuito de recuperar a memória do período colonial brasileiro. Augusto de Lima Júnior foi encarregado pelas buscas e rapidamente retornou ao Brasil com as urnas dos integrantes dos movimento, as quais foram guardadas no Arquivo Histórico Nacional. Mais tarde, uma comitiva do presidente Getúlio Vargas foi até a cidade mineira de Ouro Preto, antiga Vila Rica, para entregar as urnas com os restos mortais dos inconfidentes. As instalações da antiga Casa da Câmara e da antiga Cadeia de Vila Rica foram escolhidas para ser um novo espaço de memória na cidade, entretanto necessitavam de reformas, o que fez com que os corpos permanecessem na Igreja de Nossa Senhora da Conceição.

Após o período de reformas, os restos mortais foram levados para o novo espaço no dia 21 de abril de 1942, dia em que se comemorava o aniversário de 150 anos da declaração de sentença condenatória dos inconfidentes. A inauguração oficial do Museu da Inconfidência aconteceu somente no dia 11 de agosto de 1944, data do bicentenário de Tomás Antônio Gonzaga, um dos integrantes do movimento.

O Museu da Inconfidência foi inaugurado com peças recolhidas na região em torno da antiga cidade de Vila Rica, um volume dos Autos da Devassa, coleções adquiridas, documentos históricos e uma biblioteca com mais de 12 mil volumes. O museu entrou em uma fase de decadência com a saída de Getúlio Vargas do poder, o que resultou na ausência de recursos, falta de manutenção e deterioração do ambiente. Delso Renault, a pedido do IPHAN, coordenou uma recuperação do museu deixando como legado a ascensão do espaço reservado para a memória da Inconfidência Mineira. Mais quatro prédios foram anexados ao museu, que figura entre os mais importantes do país hoje.

O Museu da Inconfidência é localizado em um conjunto arquitetônico de fachada imponente. Conta com uma exposição permanente onde ficam os restos mortais dos inconfidentes, um arquivo judiciário que preserva documentos do período colonial de Ouro Preto, um arquivo histórico com vários documentos da região, um arquivo musical com partituras coloniais e uma biblioteca repleta de obras raras. O acervo é dotado de pinturas, mobiliário, estatuária, ourivesaria, fotografias, desenhos, gravuras, objetos de uso doméstico e de escravidão. Há também um projeto educativo que oferece oficinas de artes plásticas e teatro.

Fonte:
https://web.archive.org/web/20160810130452/http://www.museudainconfidencia.gov.br:80/

Arquivado em: História do Brasil
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