Galego-Português

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O galego-português foi o idioma que deu origem às línguas galaico-portuguesas, ou seja, as línguas originadas na região ocidental da Península Ibérica. O galego-português foi falado durante a Idade Média nas regiões de Portugal e da Galiza, dando origem às línguas portuguesa e galega.

No século XI a Península Ibérica teve seu território recuperado pelos cristãos, enquanto os árabes se concentraram no sul da península, dando origem aos dialetos moçárabes, ou seja, a mistura do latim com o árabe.

A população do norte foi também se instalando mais a sul de Portugal, dando origem ao território português, e os leoneses e castelhanos que estavam a leste da península também migraram para o sul, onde mais tarde seria o território espanhol. Foi então, nascendo o Português, vindo do noroeste da península e se direcionando para o sul, onde cresceria e se consolidaria.

Mediante toda esta situação, muitos dialetos provinciais foram surgindo, e o conjunto destes dialetos recebeu o nome de galego-português. O galego-português se consolidaria, então, como língua falada e escrita da Lusitânia.

Entre os séculos IX e XV aconteceu o primeiro grande ciclo da história da língua portuguesa, que foi o da elaboração da língua, no sul da península, onde ela foi tomando forma através do contato da língua árabe com a língua local, da mistura de dialetos do Norte com os do Sul (devido às imigrações), etc. Mais tarde, com a transferência do poder para o Centro do Reino, com a capital Lisboa, os dialetos falados nesta região tiveram uma ascendência e se tornaram a base para a norma culta da língua, a qual seria vista em seguida como a língua nacional.

No século XII surgiram os primeiros documentos escritos, sendo o mais antigo do ano de 1175, com o título de “uma breve notícia de Fiadores”. Data de 1196, poucos anos depois, a mais antiga cantiga trovadoresca, “Ora Faz Ost'o Senhor de Navarra”, de João Soares de Paiva.

Foi, portanto, ainda em galego-português, que foram escritos os primeiros documentos oficiais e textos literários da região. Um exemplo deles são os cancioneiros:

  • Cancioneiro da Ajuda: final do século XIII ou início do século XIV. Contém 310 cantigas, quase todas de amor, e pode ser encontrado ainda hoje na Biblioteca da Ajuda, em Lisboa.
  • Cancioneiro da Vaticana: Copiado na Itália no final do século XV ou início do século XVI. Contém 1.205 cantigas, de todos os gêneros. Pode ser encontrado na biblioteca Vaticana.
  • Cancioneiro Colocci-Brancutti: Copiado na Itália, no final do século XV ou início do século XVI. Contém 1.664 cantigas, de todos os gêneros. Pode ser encontrado na Biblioteca Nacional de Lisboa, desde 1924.

Foram encontrados, inda datados da mesma época, vários outros documentos em galego-português.

Crescia, juntamente com a língua, a produção de textos literários sendo eles textos líricos, novelas de cavalaria ou textos de espiritualidade. Foi a literatura que proporcionou que acompanhássemos a evolução da língua, do galego-português até transformar-se em uma língua clássica.

O galego-português pode também ser chamado de galaico-português, proto-galego-português, português antigo, português arcaico, galego antigo ou galego arcaico.

Fontes:
http://www.linguaportuguesa.ufrn.br/pt_2.3.php
http://e-spania.revues.org/21084
http://historiadalinguaportuguesa.weebly.com/o-galego-portuguecircs.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_galego-portuguesa

Arquivado em: Linguística, Português
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