Literatura Espírita

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A Literatura Espírita abrange a edição de vários romances, poesias, dramaturgias, contos e de publicações em periódicos, visando a disseminação dos ideais espíritas, com o objetivo de estimular os leitores a cultivarem os ensinamentos morais e espirituais contidos nestas obras. Normalmente os livros são psicografados, quer dizer, produzidos pelos espíritos através do médium, que transpõe para o papel as informações transmitidas mentalmente pelos seres desencarnados.

A partir de um determinado momento, houve a necessidade de estruturar o movimento espírita, principalmente através da propagação dos princípios doutrinários. Pode-se afirmar, portanto, que a produção literária espiritual nasceu no seio dos grupos de estudo, que se formavam justamente para debater as questões referentes à Doutrina. Este código moral passou a ser transmitido por meio de variadas obras, integradas especialmente por livros psicografados.

O Brasil constituiu-se como o berço por excelência desta literatura, principalmente depois da década de 30. Surgiram então diversas editoras, já direcionadas para este trabalho de disseminação dos temas espirituais. Com este movimento literário os adeptos do Espiritismo pretendem autenticar os eixos essenciais da Doutrina, ou seja, a questão da reencarnação, ponto nuclear do progresso do espírito, e a possibilidade da interação entre o mundo dos vivos e a esfera dos mortos.

Esta meta do Espiritismo foi corroborada pelo aflorar de uma preocupação espiritualista e de uma crença na reencarnação, ao longo do século XIX, entre os artistas desta época. Victor Hugo, Shelley, Walt Whitman, Edgar Allan Poe, entre outros, refletiam em suas obras esta influência religiosa.

O contato com os espíritos é a essência desta literatura, que se constitui das mensagens enviadas pela dimensão espiritual à esfera material. A principal característica, portanto, destas narrativas, é a psicografia, que não prescinde da presença do médium, embora ele não seja considerado tecnicamente o autor do livro. Mas há também um outro filão da literatura espírita, integrado por obras que resultam de estudos, pesquisas e ensaios de caráter filosófico, histórico e científico, os quais abordam temas extraídos da doutrina espírita.

Em terras brasileiras destacam-se as produções dos médiuns Chico Xavier e Divaldo Franco, que já publicaram inúmeras obras reconhecidas em todo o país e em vários recantos do mundo. Destes o mais famoso é o mineiro Francisco Cândido Xavier, desencarnado em 30 de junho de 2002. Seu prolífico trabalho inclui poesia, contos, romances, publicações científicas e de teor filosófico, depoimentos e mensagens de pessoas já mortas, transmitidas a inúmeros peregrinos que se dirigiam à cidade de Uberaba para receber algum sinal de seus entes queridos.

Chico Xavier teve cerca de 25 milhões de livros vendidos; suas publicações foram traduzidas em pelo menos 22 idiomas. O médium tem mais de 450 obras publicadas. São muito conhecidos os textos literários concebidos em conjunto com os espíritos de André Luiz – estudos de natureza científica – e de Emmanuel - romances de cunho histórico, normalmente abordando os primórdios do Cristianismo e, a partir daí, difundindo os ideais espíritas, que visam resgatar a essência desta religião, tornando o Evangelho mais compreensível e acessível aos cristãos. Nestes livros os acontecimentos registrados pela História, os destinos de povos e de indivíduos são revelados à luz da Doutrina Espírita.

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