A Pata da Gazela

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Romance escrito pelo grande José de Alencar, em 1870.

O livro é muito interessante e na época de sua publicação causou polêmica por tratar de um tema obscuro: o fetichismo (perversão que consiste em amar não à pessoa, mas a uma parte dela ou um objeto de seu uso).

A história se passa no Rio Antigo e envolve 3 pessoas: Amélia, Horácio e Leopoldo.

AMÉLIA: é uma moça de família, com apenas 18 anos que se vê envolvida entre dois amores. Principalmente após o pedido de casamento de Horácio.

HORÁCIO: é um boêmio que vive de conquistas. Se apaixona pelo pé de Amélia e cria uma fantasia em torno deste fetiche. Passa a viver obcecado pela idéia de olhar para essa parte do corpo da menina. Tudo começou quando ele, que caminhava no centro do Rio de Janeiro, encontrou uma botina e a partir daí começa a idealizar o maravilhoso pé que a calçaria.

LEOPOLDO: é um jovem romântico que se apaixona por Amélia (ele sim, a ama de verdade). Só há um problema, Leopoldo descobre que aparentemente, a moça sofre de um terrível mal. Ela é aleijada. Seu pé é deformado e o sapateiro que faz sua botina faz um trabalho perfeito para que o desenho da bota disfarce a deformidade da moça.

A história é simples, mas cativante, pois ao longo da narrativa podemos perceber o amor “material” de Horácio e o amor “espiritual” de Leopoldo – que já havia se conformado com o “defeito” de Amélia e decidido ficar com ela mesmo assim.

Já nos últimos capítulos, descobrimos que não é Amélia que sofre com o pé aleijado, e sim, sua prima e melhor amiga – Laura.

Após várias reviravoltas, Amélia finalmente se convence de que Horácio só quer se casar para ver o seu adorado pé. A conclusão acertada a faz desistir do casamento.

Com o fim do noivado, Leopoldo finalmente tem uma chance com Amélia. É claro que os dois se casam em uma cerimônia discreta e apaixonada.

Horácio, despeitado, não tem outra saída a não ser se conformar por ter perdido o objeto de sua adoração:

“É verdade! Murmurou soltando uma fumaça de charuto. O leão deixou que lhe cerceassem as garras; foi esmagado pela pata da gazela.”

Assim termina mais um romance deste grande escritor e maior nome do romantismo brasileiro.

Arquivado em: Livros
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