Marília de Dirceu

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Durante o Arcadismo podemos destacar o escritor Tomás Antônio Gonzaga, autor da obra em questão, Marília de Dirceu, talvez sua obra mais conhecida.

Marília de DirceuMarília de Dirceu é uma história de cunho autobiográfico, uma vez que faz referência à paixão vivida por Tomás Antônio Gonzaga por Maria Joaquina Dorotéia Seixas. Na época, ele com 40 anos e ela com 17, o relacionamento foi completamente desaprovado pela família dela, fato que serviu de inspiração para a obra.

A história, escrita em forma de poesia, é dividida em três partes, sendo que foram escritas em diferentes momentos da vida do autor: antes, durante e depois do seu envolvimento com a Inconfiência Mineira, o qual lhe rendeu um período de prisão. Os anos exatos de publicação foram 1792, 1799 e 1812.

Na primeira parte encontramos muitas características do arcadismo, como a exaltação ao bucolismo, a vida em harmonia com a natureza, a racionalidade, e a expectativa por um casamento.

Nas duas outras partes o tom é de tristeza, lamento e devaneios misturados a lembranças do passado. Isso se dá por conta do tempo vivido no cárcere que influencia radicalmente na história.

Apesar de algumas características do pré-romantismo e dos avanços no estilo de escrita, a obra é situada no Arcadismo, conservando a distância entre o “eu” e a palavra, e tendo em seus versos presente forte racionalismo. O estilo de Tomás Antonio Gonzaga é simples, com versos claros e diretos, sem o uso de alegorias como se observava nos autores anteriores a ele, e ganha méritos de alguns críticos por não possuir a tão falada superficialidade árcade.

Sua poesia é dotada de vivências pessoais, de vivacidade e de pensamentos mais humanos e menos superficiais. Caracterizou-se também pelo culto à natureza, pelo emprego de ritmos graciosos em sua poesia e pelo retorno a algumas tradições do Classicismo. Pode ser considerado o mais versátil dos poetas do Arcadismo.

Vejamos alguns versos:

(...)
Porém se os justos céus, por fins ocultos,
em tão tirano mal me não socorrem;
verás então, que os sábios,
bem como vivem, morrem.

Eu tenho um coração maior que o mundo,
tu, formosa Marília, bem o sabes:
um coração..., e basta,
onde tu mesma cabes.
(...)

Fontes:
http://www.unicamp.br/iel/site/alunos/publicacoes/textos/d00003.htmhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Tom%C3%A1s_Ant%C3%B4nio_Gonzaga
http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/livros/analises_completas/m/marilia_de_dirceu
http://educarparacrescer.abril.com.br/leitura/marilia-dirceu-402920.shtml

Arquivado em: Livros
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