Panda-gigante

Graduada em Medicina Veterinária (UFMS, 2009)

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O panda-gigante (Ailuropoda melanoleuca), pertencente à família dos ursídeos, é um dos mamíferos mais raros e curiosos da fauna. Originário das montanhas do Sudeste Asiático, há cerca de 100.000 anos, este animal dividia seu território com os gigantescos mamutes que também viviam naquela região. Apesar de ser um animal antigo, só se tornou conhecido no mundo ocidental no século XIX, quando Armand David, padre jesuíta francês descreveu suas características.

Foto: Robert G (CC 3.0) via Wikimedia Commons

Foto: Robert G (CC 3.0) via Wikimedia Commons

Como seu próprio nome indica, estes animais são de grande porte, atingindo 1,50 metro de altura e pesando cerca de 90 quilos. São essencialmente herbívoros, alimentando-se de brotos, folhas e caules de bambu, planta típica de seu habitat. A maioria dos pandas-gigantes vivem na china, em planaltos e vales situados entre 2.000 e 4.000 metros de altitude, onde predomina um clima frio e úmido. Essa região é coberta por densas florestas de bambu, onde eles ficam protegidos dos ataques de seus predadores naturais.

Seu corpo é extremamente flexível, permitindo os mais variados movimentos. Na verdade, ele pode curvar-se em qualquer direção, e é um dos únicos mamíferos que consegue plantar bananeira, chegando a caminhar de cabeça para baixo, apoiado sobre as mãos. Os pandas possuem cinco dedos tanto nas patas traseiras quanto nas dianteiras, onde estão presentes unhas alongadas e pontiagudas.

Sua pelagem, aparentemente macia, na realidade é formada por pêlos duros e grossos. Em um panda adulto, ela pode alcançar 5 centímetros de comprimento. Esta possui duas cores, banca e preta, sendo que esta última está presente nas orelhas, uma parte do tronco e nos membros.  Por debaixo da pelagem, a pele apresenta duas tonalidades distintas: na partes em que a pelagem é preta, a cor da pele é escura, onde a pelagem é branca, a pele é rosada.

Possuem ossos grandes e grossos, com um peso superior ao dos animais do mesmo porte. A parte frontal de seu corpo é muito possante, dotando o animal de grande força nas patas dianteiras e nos dentes. Suas patas traseiras não são tão fortes como as dianteiras, razão pela qual os pandas não se locomovem com rapidez.

O bambu é indispensável na vida desse animal, constituindo quase 100% de sua dieta diária. Mesmo assim, o panda possui preferências: come cerca de 20 das centenas de espécies de bambu existentes em seu habitat natural, mas prefere mesmo quatro ou cinco delas. No entanto, quando o bambu se torna escasso, ele se alimenta também de raízes, flores, tubérculos e frutos de outras plantas. Algumas vezes, os pandas famintos podem até mesmo caçar pequenos animais, e uma de suas presas é o rato que vive nos bambuais.

Os pandas que vivem em estado selvagem passando geralmente cerca de 16 horas do dia se alimentando. Eles alternam o sono e a alimentação e costumam comer até no meio da noite. Durante um ano, um panda pode consumir mais de 4 toneladas de bambu. Para pegar o alimento, este animal utiliza suas mãos, cuja anatomia é muito semelhante à da mão do homem.

Seus dentes são grandes, largos e fortes, bem arqueados para cortar e triturar o bambu e outros vegetais. Assim como os humanos, eles possuem duas dentições, uma de leite e outra definitiva, sendo que um panda adulto tem 42 dentes e seus molares são cerca de sete vezes maiores que os do homem. Sua cabeça funciona como uma máquina de triturar bambu e suas mandíbulas são constituídas de ossos e músculos possantes, capazes de fechá-la com grande impacto.

A fêmea do panda-gigante cuida bem de seus filhotes. Ao nascer, os pandas pesam cerca de 100 a 150 gramas, sendo, portanto, muito frágeis e indefesos (são pequenos, não enxergam, não escutam e, antes de três ou quatro anos, são presas fáceis), precisando por isso, de toda proteção. Embora cada fêmea possa dar à luz duas crias de dois em dois anos, com uma gestação de aproximadamente 135 dias, normalmente apenas uma sobrevive. Ao nascer, o filhote termina seu desenvolvimento em uma espécie de bolsa abdominal, onde irá alimentar-se do leite materno, sendo desmamado com um ano de idade.

O povo chinês tem muito orgulho de viver no mesmo país do panda-gigante, e fez dele o seu símbolo nacional. Ele foi escolhido também para simbolizar o Word Wildlife Fund (WWF) – Fundo Mundial para a Vida Selvagem -, uma das mais importantes organizações protetoras dos animais.

Devido ao pequeno número de espécimes que vive sob a proteção das leis chinesas, o panda-gigante muito raro nos zoológicos do mundo; dificilmente ele se adapta fora de seu ambiente próprio, geralmente morrendo e quase nunca procriando.

Fontes:
http://naturlink.sapo.pt/article.aspx?menuid=2&cid=8827&bl=1&viewall=true
http://pt.wikipedia.org/wiki/Panda-gigante
http://pir.uniprot.org/taxonomy/9646
O Reino Animal – Panda-gigante, Coala, Filhotes. Reedição da série Os Bichos de 1988. Editora Nova Cultura, 1991.

Arquivado em: Mamíferos
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