Hematologia

Mestre em Ecologia e Recursos Naturais (UFSCAR, 2019)
Bacharel em Ciências Biológicas (UNIFESP, 2015)

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A hematologia é um segmento da medicina especializado no estudo de doenças relacionadas ao sangue, avaliando suas causas, métodos de prevenção e tratamentos. Deste modo, a hematologia envolve tanto a produção do sangue pelo corpo quanto a avaliação de todos os componentes que formam e estão envolvidos com este fluido, incluindo células sanguíneas, medula óssea, veias e substâncias livre circulantes.

O exame de sangue é um dos mais simples procedimentos médicos e que provê uma grande quantidade de informações para os médicos acerca da saúde de seus pacientes. O hemograma, em especial, descreve detalhadamente a condição da porção celular do sangue.

Um hematologista, médico especializado nesta área, está envolvido em todas as atividades relacionadas à sangue. Eles atuam em hemocentros (banco de sangue), na coleta de doações sanguíneas; em hospitais, dando suporte para equipes médicas que tratem de pacientes com enfermidades relacionadas ao sangue; e em centros de pesquisa buscando novos tratamentos para estes pacientes através de transplantes de medula óssea, administração de plasma ou uso de drogas altamente específicas.

As principais doenças relacionadas ao sangue são a anemia, a formação de coágulos, a hemofilia e a leucemia, que é o câncer de sangue. No Brasil, a anemia ocorre em 30% da parcela feminina da população adulta e mais de 20% das crianças abaixo de 5 anos (segundo dados da Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde, PNDS). A anemia relacionada a deficiência de ferro tem grande relação com as condições nutricionais da população e por isso é mais predominante em regiões pobres do mundo. No entanto, a anemia também pode ser causada por disfunções na produção de hemácias e hemoglobina, o que reduz a quantidade de oxigênio transportada pelo sangue causando grande parte dos sintomas característicos de um quadro anêmico: fraqueza, falta de ar e desmaios. Seus tratamentos principais envolvem o controle do nível de ferro no sangue (para a anemia nutricional), o uso de transfusões de sangue e a administração de agentes estimuladores de eritropoese, que leva a produção de mais hemácias (para casos de anemia severa).

Os coágulos sanguíneos, formados por aglomerados de plaquetas e fatores de coagulação, ocorrem naturalmente para estancar sangramentos. Contudo, em certos casos, eles podem se formar no interior de vasos não danificados, obstruindo a passagem de sangue. Caso estes se formem em órgãos vitais, como pulmão e cérebro, as consequências podem ser gravíssimas. O tabagismo, obesidade e o uso prolongado de contraceptivos estão relacionados com a formação de coágulos.

A leucemia é o câncer do sangue, que se origina na medula óssea e causa a produção de células sanguíneas anormais e não-funcionais. Esta forma de câncer pode ser genética ou adquirida ao longo da vida, sendo o tabagismo e a exposição à radiação fatores de risco que podem aumentar as chances de ocorrência. Os principais sintomas são sangramentos sem motivo aparente, cansaço constante, febre e contusões frequentes. Seu diagnóstico é feito através de exames de sangue e biopsia da medula óssea por times multidisciplinares de hematologistas e oncologistas. O tratamento comum envolve o uso de radioterapia e/ou quimioterapia. Mais recentemente, transplantes de medula óssea têm alcançado resultados promissores.

Referências:

Brasil. Ministério da Saúde (MS). Centro Brasileiro de Análise e Planejamento. Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher (PNDS 2006 - 2009). Brasília: MS; 2010.

Wintrobe, M. M. (1962). Clinical hematology. Academic Medicine37(1), 78.

World Health Organization (WHO). Worldwide prevalence of anemia 1993-2005: WHO global database on anemia. Geneva: WHO; 2008.

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Arquivado em: Medicina, Sangue
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