Lavagem Intestinal

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A Lavagem Intestinal, também chamada de colonterapia ou hidrocolonterapia, o procedimento consiste na injeção de água no intestino grosso através do reto com o auxílio de um equipamento para a eliminação de toxinas e resíduos fecais. Entretanto, embora o procedimento tenha se difundido rapidamente entre os praticantes de terapias alternativas com a promessa de trazer inúmeros benefícios aos usuários ele não é reconhecido pela Sociedade Brasileira de Coloproctologia que inclusive alerta sobre os riscos de utilização inapropriada do método.

O uso da lavagem intestinal como forma de limpar o organismo é bastante antigo e deriva da crença de que o nosso organismo produz toxinas capazes de causar diversas doenças que poderiam ser evitadas através da eliminação dessas impurezas. A mesma crença motivou durante muito anos o emprego de outros procedimentos como as sangrias periódicas com o fim de “limpar o sangue”, a indução ao vômito em pessoas sadias, etc. Porém, há muito tempo elas deixaram de ser encaradas como verdadeiras pelos médicos à medida que a medicina evoluía como ciência.

O uso da colonterapia também era baseado na crença de que quando uma pessoa tinha problemas de constipação o contato prolongado das fezes com as paredes do cólon faria com que estas aderissem no órgão impedindo a absorção ou eliminação dos alimentos causando diversos problemas. No entanto essa crença foi abandonada em 1920 quando estudos constataram que essa teoria não é verdadeira e já em 1985 essa prática foi condenada na Califórnia (EUA).

O problema da prática indiscriminada da colonterapia, que alguns sites divulgam até facilitar o emagrecimento, é ainda maior pelo fato de que o uso indevido de tal método pode trazer problemas ao paciente como perfurações do intestino, infecções e transmissão de doenças causadas pelo uso de materiais não corretamente esterilizados e outros problemas que podem ser ainda mais graves se a pessoa já possuir algum outro problema de saúde como por exemplo um tumor no cólon.

A lavagem intestinal pode sim ser usada, mas apenas quando o paciente apresenta um quadro de constipação grave e a recomendação for feita por um médico devidamente habilitado, porém, ainda assim, não é tão usual uma vez que a maioria dos casos pode ser resolvida com mudança nos hábitos alimentares ou uso controlado de remédios.

Fontes
OLIVEIRA, Lúcia Camara. Análise crítica da colonterapia: fatos e verdades. Revista brasileira de coloproctologia. [online]. 2007, vol.27, n.1, pp. 106-107. ISSN 0101-9880. doi: 10.1590/S0101-98802007000100017. Acessado em: Scielo.br

https://web.archive.org/web/20090204230733/http://corpoacorpo.uol.com.br:80/Edicoes/232/artigo77914-1.asp
http://cienciaesaude.uol.com.br/ultnot/2008/11/29/ult4477u1155.jhtm

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