Os dióscuros

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Os dióscuros são os gêmeos Castor e Polideuces (ou Pólux), filhos de Zeus e Leda, esposa do rei de Esparta. Segundo a lenda, os gêmeos têm a mesma mãe, mas pais diferentes. Por isso, Polideuces era imortal, enquanto Castor não era.

A história começa com Leda, mãe dos gêmeos, e recém-casada com Tíndaro, rei de Esparta. Zeus fica fascinado com a beleza da jovem, mas sabia que iria ser recusado por ela. Então, ele se transforma em um belo cisne e se aproxima de Leda enquanto esta tomava banho em um rio.

A jovem aprecia o animal, pondo no colo e o acariciando. Alguns meses depois, Leda sente fortes dores e vê saindo de seu ventre dois ovos: do primeiro, nascem Castor e Helena, do segundo, Pólux e Clitemnestra. Em cada ovo um filho de Zeus, Helena e Pólux, imortais, enquanto os outros, filhos de Tíndaro, mortais como os outros seres humanos.

Mesmo sendo filhos de pais diferentes, Castor e Pólux desenvolvem a mais bela amizade e se tornam inseparáveis, daí serem chamados dióscuros (filhos de Zeus).

Castor especializou-se em domesticar cavalos e Pólux tornou-se um excelente lutador.

Participaram das duas das mais famosas aventuras da Grécia Antiga: a caçada ao Javali de Cálidon e a expedição dos Argonautas.

Mas a mais famosa aventura dos dióscuros foi a disputa com os gêmeos da Messênia, Idas e Linceu, seus primos.

Castor e Pólux sequestraram as noivas dos primos na véspera do casamento, por terem apaixonado-se pelas moças.

Na disputa, Castor foi morto por Idas e Pólux matou Linceu, mas ficou ferido. Idas atacou então Pólux, mas foi fulminado por Zeus, que desceu do Olimpo e contou a Pólux que ele era seu filho, e imortal; Castor era apenas filho de Tíndaro, e mortal. O jovem então suplicou ao pai que não o separasse do irmão.

Zeus, comovido com a fraternidade dos dois, estabeleceu que Pólux dividiria sua imortalidade com o irmão e então eles passariam um dia juntos no Hades e o outro no Olimpo.

Para celebrar o amor fraterno dos dois, Zeus decide transformá-los na constelação de gêmeos, e assim nunca mais se separariam, nem mesmo com a morte.

Os gêmeos dióscuros foram representados na iconografia grega como dois jovens cavaleiros, sempre juntos, usando um capacete oval.

Eles eram lembrados na busca da vitórias em batalhas e no perigo de naufrágios. Os marinheiros consideravam o fogo-de-santelmo uma personificação dos dióscuros e, portanto, um bom presságio, pois no decorrer de uma tempestade que assolou o navio Argos durante a viagem, Zeus auxiliou os Argonautas, surgindo sobre a cabeça dos Dióscuros chamas azuladas e desaparecendo a tempestade (desde então que quando surgiam chamas nos mastros das embarcações - Fogo-de-Santelmo - se pensava que fosse Castor e Pólux a amainar a tempestade). São tidos como padroeiros dos navegantes.

Fontes:

COMMELIN, P. Mitologia Grega e Romana. Trad. E. Brandão. São Paulo: Martins Fontes, 1993.

KERÉNYI, C. Os Heróis Gregos. Trad. O.M. Cajado. São Paulo: Cultrix, 1993.

Arquivado em: Mitologia Grega
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