A prática escolar e a Base Nacional Comum Curricular

23/08/2017 - 15h41 - Por InfoEscola

Por: Pe. Javier García Martínez, Diretor do Colégio Agostiniano São José (CASJ)

As interações sociais modificam-se constantemente no mundo globalizado. Os jovens utilizam-se das redes sociais para diminuir distâncias e se sentem encorajados atrás das telas de seus aplicativos e computadores.  São tantos estímulos que atrair e manter a atenção dos estudantes para as matérias escolares é um desafio constante. Por isso, fazer com que as mentes jovens mantenham o foco nas atividades é um processo em construção.

Por essa razão, como a escola pode se manter de forma atuante, inserida nesse contexto moderno? O planejamento continua na base desse processo para que se possa administrar melhor o tempo e se alcance o destino desejado: a formação das crianças e jovens com valores essenciais à vida em sociedade.

Atualmente, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) pretende ser esse norte, definindo as competências gerais e específicas dos componentes curriculares para a aprendizagem em cada faixa etária da educação básica, com o objetivo de estimular os pensamentos científico, crítico e criativo; habilitar os educandos para uma comunicação plena, utilizando as linguagens verbal, artística, matemática, corporal científica, tecnológica e verbo-visual; estimular a argumentação com base em fatos e informações confiáveis, além de promover a capacidade  de autogestão nos estudos e na vida em sociedade; gerar atitudes de empatia e cooperação e, ao longo do anos do ensino fundamental, concretizar a autonomia dos alunos,  entre outros propósitos.

A BNCC entrará nas escolas por meio dos currículos específicos para cada ano do ensino. O processo da sua elaboração iniciou-se em 2014, com milhões de contribuições feitas em consulta pública. A versão final da BNCC foi entregue pelo MEC ao CNE (Conselho Nacional de Educação) em abril de 2017.  A seguir, a BNCC para a educação básica será submetida ao Ministro da Educação que tem o papel de homologar ou não as deliberações do Conselho.

Como se percebe, a base contempla todos os anos da educação básica, com atenção também para a educação infantil, de zero a cinco anos e 11 meses, sendo que suas competências  envolvem a convivência em grupos de diferentes idades, visando ao desenvolvimento de habilidades de interação e respeito, tais como:  brincar, que desenvolve habilidades cognitivas, motoras, sociais, além da participação nas decisões e posicionamento das crianças nas atividades propostas;  saber se expressar por meio do diálogo, dos questionamentos, da sensibilidade e das próprias emoções. Nessa fase, tudo o que será ensinado, deve ser vivenciado.

Mas, enquanto a BNCC busca estabelecer as competências de aprendizagem necessárias para cada faixa etária da vida escolar, é papel das escolas refletirem constantemente sobre o convívio diário de gerações tão diferentes, e propor soluções criativas para uma melhor formação no âmbito afetivo, social e profissional.

Por exemplo, as diretrizes que hoje norteiam as discussões em torno da BNCC já faziam parte das reuniões internas do Colégio Agostiniano São José. A instituição desenvolveu e colocou em prática o Projeto Avante, que permite, principalmente no Fundamental I, a maior integração escola-família; a melhoria na leitura, na redação e no repertório de palavras utilizadas pelos estudantes. Ao mesmo tempo o segmento contempla curso de formação de professores voltado à alfabetização, incentivando a gestão de tempo por parte dos educadores, e o repensar sobre a prática da aprendizagem de modo a tornar os alunos mais reflexivos.

Também, recentemente, foi implementado o projeto Emoções, na Educação Infantil, o qual estimula as crianças menores a verbalizar, compreender e identificar suas emoções e sentimentos, como: amor, alegria, raiva, tristeza e medo.

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