Gado Marchigiana

Graduada em Medicina Veterinária (UFMS, 2009)

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A raça bovina Marchigiana foi introduzida na Itália pelos anglo-saxões, após o século V d. C., depois da queda do Império Romano. Inicialmente, foi criada em regiões de climas extremos, com verões quentes e secos e invernos úmidos e frios, nas montanhas com pastos de qualidade inferior. Mesmo nestas condições desfavoráveis, a raça desenvolveu-se muito bem.

No ano de 1965, um italiano que se tornou brasileiro, trouxe ao Brasil doses de sêmen de um touro Marchigiana famoso na Itália, realizando inseminações na cidade de Uruguaiana–RS, obtendo êxito. Posteriormente, este italiano distribuiu o sêmen recebido, entre vários criadores gaúchos. Adaptou-se muito bem ao Brasil, considerando-se seu local de origem. Esta é uma raça de significativa rusticidade e resistência às radiações solares e aos ectoparasitas.

Foto: Nicola Romani (CC-BY-SA-2.5-it), via Wikimedia Commons

Foto: Nicola Romani (CC-BY-SA-2.5-it), via Wikimedia Commons

O gado Marchigiana é usado para a produção de carne, sendo muito utilizado, na Itáilia, para a produção do chamado “bezerro inteiro”. Esta é uma técnica que os italianos usam desde os primeiros anos, após a formação do rebanho. A produção de “Vitellone” se deve às características da raça: forte incremento produtivo desde os primeiros meses de vida, maturidade precoce da carne, com um grande acúmulo de gordura. Apresentam uma alta velocidade de ganho de peso e precocidade.

Estes são animais de porte grande, possuindo as seguintes características raciais:

  • Pelagem: branca, pêlos finos, curtos e sedosos, com extremidades de pigmentação mais escura. Possuem uma particularidade na pelagem que é uma faixa escura ao redor dos olhos, nos antebraços, nas orelhas e na barbela; a pele, as mucosas e a vassoura da cauda são de coloração preta. Quando o bezerro nasce, possui uma coloração castanho-avermelhada, passando para a coloração branca logo no terceiro mês de vida.
  • Cabeça: relativamente leve, curta e larga; possuem um perfil retilíneo, marrafa bem destacada; olhos grandes; espelho nasal largo, de coloração preta, com narinas amplas e dilatadas; lábios pronunciados; orelhas médias, bem implantadas; chifres que saem para os lados, encurvando-se para diante nos machos e para cima nas fêmeas.
  • Pescoço: musculoso, bem implantado no tórax, sendo mais grosso nos machos e mais delicado e alongado nas fêmeas; a barbela é relativamente desenvolvida e pregueada, projetando-se até a região do externo.
  • Corpo: tronco alongado que tende a ser cilíndrico, com linha dorsal reta; com numa cernelha larga e musculosa, unindo-se harmoniosamente com o pescoço; garupa musculosa e bem desenvolvida; possuem membros curtos e fortes; cascos arredondados, fortes e de cor preta; umbigo curto e úbere relativamente desenvolvido.

Existem algumas características que são desfavoráveis e desclassificam para Registro em Livro Genealógico, por exemplo: pele totalmente rósea; despigmentação parcial da língua; vassoura da cauda totalmente branca; agnatismo ou prognatismo; criptorquidismo ou monorquidismo; manchas de coloração escura específicas e delimitadas do corpo.

Fonte:
https://web.archive.org/web/20101224001515/http://www.cnpc.org.br/news1.php?ID=598
http://www.marchigiana.org.br/
https://web.archive.org/web/20110427184949/http://www.bichoonline.com.br:80/racas/bovino/marchigiana.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Marchigiana

Arquivado em: Mamíferos, Pecuária
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