Dissociação iônica

Doutora em Química (UFRJ, 2018)
Mestre em Química (UFRJ, 2012)
Graduada em Química (UFRJ, 2010)

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O químico sueco Svante Arrhenius realizou diversos experimentos para observar a passagem de corrente elétrica em soluções aquosas e, com base nas suas observações, concluiu que para tal fenômeno ocorrer, deveriam haver partículas carregadas (íons) nestas soluções. A partir dessa conclusão, em 1889, ele estabeleceu a Teoria da Dissociação Iônica (também conhecida como Teoria da Dissociação Eletrolítica) que lhe rendeu o prêmio Nobel de Química em 1903 “em reconhecimento dos extraordinários serviços prestados ao avanço da química através de sua teoria da dissociação eletrolítica”.

Segundo Arrhenius, uma substância, ao ser dissolvida em água, divide-se em partículas menores. Quando essa divisão forma moléculas, a solução não conduz energia, e quando forma íons, a solução se torna condutora. É importante ressaltar que quando Arrhenius publicou sua teoria, os prótons, nêutrons e elétrons ainda não eram conhecidos, então ele designou os “íons” como partículas carregadas eletricamente positivas e negativas, em igual quantidade, resultando em uma solução eletricamente neutra.

Arrhenius percebeu também que quanto maior a concentração de íons em solução, maior é a velocidade com que se deslocam e consequentemente, maior a condutividade elétrica da solução. Mais tarde, foi comprovado também que a dissociação é um processo reversível e dependente da diluição, sendo praticamente completa em soluções muito diluídas. Este fato está de acordo com a Lei da Diluição de Ostwald, proposta no final do século XIX.

Se considerarmos que para haver dissociação iônica a substância a ser dissolvida em água deve ser iônica, este fenômeno só ocorrerá em bases e sais. A Teoria ácido-base de Arrhenius foi desenvolvida observando-se esses íons presentes em solução.

Segundo Arrhenius, base é toda substância que em solução aquosa, sofre dissociação iônica, liberando como único ânion os íons OH (hidroxila).

Exemplo: NaOH  + H2O → Na+ + OH

Os ácidos não sofrem dissociação iônica, mas sim dissociação eletrolítica pois, por serem compostos moleculares, precisam sofrer ionização para liberar íons em solução.

Exemplo: HCl + H2O → H3O+ + Cl

A formação dos sais se dá por um processo de neutralização que consiste na união dos íons hidrogênio e hidroxila para formação de água e ocorre quando unimos uma base e um ácido.

Exemplo: NaOH + HCl → NaCl + H2O

Resumidamente, dizemos que dissociação iônica é a separação dos íons de uma substância iônica, quando ela se dissolve em água. A função da água na dissociação iônica é separar os íons já existentes no aglomerado iônico (retículo cristalino) – esse fenômeno é conhecido como solvatação. Já na ionização, a água atua como reagente, sendo determinante para a formação dos íons.

Bibliografia:

Atkins, P.W., Jones, L., Princípios de química: questionando a vida moderna e o meio ambiente 5ª ed., Porto Alegre: Ed. Bookman, 2012.

Usberco J., Salvador E., Química Geral, 12ª.ed., São Paulo: Saraiva, 2006.

http://web.ccead.puc-rio.br/condigital/mvsl/linha%20tempo/Arrhenius/pdf_LT/LT_arrhenius.pdf

Arquivado em: Química
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