Moisés

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Moisés é um dos personagens mais importantes do Antigo Testamento, o líder que representa uma divisão de águas na história bíblica. Antes da vinda de Jesus, foi o profeta mais importante – assim considerado até mesmo entre os muçulmanos -, membro da Tribo de Levi. Segundo as crenças hebraicas e cristãs, os cinco livros iniciais do Antigo Testamento – o Pentateuco – são de autoria de Moisés.

Na época do seu nascimento, narrado no Êxodo 2, o faraó do Egito, que mantinha os judeus como escravos, tinha promulgado uma lei que condenava à morte todos os filhos do sexo masculino nascidos de hebreus. Na tentativa de salvar sua vida, seus pais o ocultam durante três meses, depois, sem maiores perspectivas, eles o acomodam em uma cesta de juncos, depositando-a nas águas do Rio Nilo. O menino é então encontrado justamente pela filha do Faraó, adotado e educado por ela no seio da corte, para que se torne um príncipe. Em sua alma, porém, ele permanecia conectado aos anseios e ideais de seu povo, o que o levou a matar um administrador egípcio que feria deliberadamente um escravo judeu. Perseguido como traidor por este crime, aos quarenta anos ele foge para se salvar da morte. Neste momento ele se refugia entre as montanhas de Mídia, próximas ao Golfo de Acaba.

Moisés, neste período, entra na segunda etapa de sua jornada. Diante do deserto e da carência de recursos materiais, ele se torna pastor de ovelhas de Hobabe, seu futuro sogro, prenunciando seu destino de guia de um outro rebanho, o do povo escravizado que ele tem como missão libertar do jugo egípcio. Quarenta anos depois, após um longo e árduo aprendizado, tempo durante o qual chegou a esquecer a língua egípcia e a hebraica, pois habitava entre os midianitas, ele estava finalmente pronto para assumir sua missão entre os hebreus, adentrando assim na terceira fase de sua existência. O futuro líder teve então a visão que mudou definitivamente sua vida – ele viu uma sarça, planta espinhosa parente da roseira, ardendo em chamas no monte Horebe, e percebeu que, apesar do incêndio, ela não era destruída. Atento, ele se aproxima do local e então Deus se dirige a ele, chama-o pelo nome e designa aquele local como uma Terra Santa, na qual ele deveria pisar com os pés descalços. Finalmente, a presença divina revela a Moisés seu papel como libertador do povo hebraico.

O profeta cumpre o seu papel, resgata o povo aprisionado e o guia até os limites de Canaã, a Terra Prometida. No Monte de Horebe, Península do Sinai, no mesmo lugar em que recebeu a primeira revelação, ele tem uma nova visão e recebe das mãos divinas a mensagem dos Dez Mandamentos, supostamente escritos pela chama sagrada. Posteriormente suas leis são desenvolvidas, passando a contar com aproximadamente 600 normas, que são conhecidas como Leis Mosaicas, exceto pelos judeus, os quais acreditam que estas regras são orientações divinas, concedidas ao povo israelita por meio de Moisés. No caminho dos hebreus para a Terra Santa, o faraó tentou impedir a fuga, quando então ocorreu o famoso episódio do Mar Vermelho - as águas pretensamente se separam, abrindo uma passagem para que os hebreus possam fugir, e depois se fecham sobre os egípcios que se atrevem a atravessá-lo, afogando-os. Mas este não é o único nem o maior obstáculo enfrentado por Moisés, que é obrigado a enfrentar a incredulidade de seu povo, que diante das primeiras dificuldades deserta da crença em Deus e passa a adorar ídolos de ouro e de prata. Mas Deus, através de sinais, convence finalmente seu povo e, após uma jornada de quarenta anos - que deveria ter se resumido a dois anos, mas se prolongou em conseqüência da falta de fé dos hebreus -, eles finalmente atingem a Terra Prometida. Moisés, então com 120 anos, apenas tem a oportunidade de vislumbrar Canaã, sobre o Monte Nebo, em Moabe, e depois desta visão tão esperada ele morre, deixando a liderança de seu povo nas mãos do seu sucessor, Josué. Esta jornada, do ponto de vista cristão, prenuncia a vinda de outro profeta, o Messias prometido, Jesus Cristo, que libertará o povo não apenas do jugo material, mas da submissão aos pecados.

Arquivado em: Religião
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