Hemorragia pós-parto

Graduada em Medicina Veterinária (UFMS, 2009)

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A hemorragia pós-parto é definida como a perda de sangue superior a 500 mL no parto vaginal ou superior a 1000 mL em cesariana, no momento de eliminação da placenta (terceira etapa do parto).

Esta condição é observada em aproximadamente 18% dos nascimentos e trata-se da terceira causa mais frequente de morte materna durante o parto, vindo precedida somente pelas infecções e complicações geradas pela anestesia.

Este tipo de hemorragia ocorre no local onde a placenta se soltou, podendo resultar de:

  • Atonia uterina, quando o útero é incapaz de realizar contrações. Pode se consequência de uma exacerbada distensão uterina e consiste na principal causa de hemorragia pós-parto;
  • Lesões causadas por um parto espontâneo;
  • Presença de tecido, habitualmente partes da placenta, que não se soltaram de maneira adequada durante o parto e, consequentemente, não foram expulsos durante o mesmo;
  • Baixos valores de fibrinogênio (fator importante para uma boa coagulação).

Embora uma considerável perda de sangue costume ocorrer logo em seguida ao parto, o risco ainda perdura por até um mês mais tarde.

Dentre possíveis complicações de uma hemorragia pós-parto estão:

  • Hipotensão ortostática;
  • Anemia, que aumenta o risco de depressão pó-parto;
  • Fadiga;
  • Nos casos mais graves, choque hemorrágico pode levar à isquemia da hipófise com problemas de lactação.

Existem alguns fatores de risco para a hemorragia pós-parto que, quando presentes, devem ser tratados anteriormente à ocorrência do parto. Dentre estes fatores estão prolongado trabalho de parto, gestação múltipla, episiotomia, macrossomia fetal e histórico de hemorragia pós-parto. Contudo, esta condição também ocorre em mulheres que não apresentam fator de risco, de forma que os médicos necessitam estar preparados para administrar esta situação caso ocorra.

Formas para minimizar os efeitos deste tipo de hemorragia incluem a identificação e correção de anemia antes do parto. Realização de exames dos sinais vitais do paciente e do fluxo vaginal antes da expulsão da placenta auxilia na detecção de sangramento lento e constante.

A melhor maneira de prevenir a hemorragia pós-parto é por meio da administração de um fármaco uterotônico para facilitar a contração uterina e diminuir a perda de sangue. Caso a placenta não seja expulsa dentro de 30 minutos após o parto, deve ser feita sua remoção manual. Se a expulsão tiver sido incompleta, os restos que ainda permanecem no útero também são removidos manualmente. Casos excepcionais, quando há fragmentos de placenta contaminados, a remoção deve ser cirúrgica, por meio de uma raspagem. Após a eliminação total da placenta, realiza-se um controle por durante uma hora, no mínimo, para garantir que o útero se contraiu e também para controlar a hemorragia vaginal.

Quando ocorre a hemorragia, realiza-se uma massagem abdominal para auxiliar na contração do útero, bem como uma administração endovenosa de ocitocina. Nos casos de persistência da hemorragia, se faz necessária uma transfusão sanguínea. Por meio de cirurgia, pode-se examinar o útero em busca de lesões ou fragmentos retidos de placenta. A opção da ligadura das artérias uterinas é um procedimento relativamente simples e pode ser eficaz no controle da hemorragia. Outra opção é injetar prostaglandina na musculatura uterina para facilitar sua contração. A histerectomia raramente é necessária.

Fontes:
http://boasaude.uol.com.br/realce/showdoc.cfm?libdocid=15026&ReturnCatID=1806
http://www.manualmerck.net/?id=276&cn=2061
http://en.wikipedia.org/wiki/Postpartum_hemorrhage
http://emedicine.medscape.com/article/796785-overview

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Arquivado em: Reprodução, Saúde
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