Aedes aegypti: biotecnologia e um de seus papéis de utilidade pública

Este artigo foi útil?
Considere fazer uma contribuição:


Ouça este artigo:

É certo que um dos assuntos mais comentados atualmente tem como personagem principal um pequeno ser vivo e sua infeliz capacidade de transmitir o vírus de três doenças diferentes. Já dá para imaginar que se trata do tão comentado Aedes aegypti, cujas doenças que o seguem sempre nas manchetes se tratam da já conhecida Dengue, assim como a Febre Chikungunya e o Zika.

Já faz alguns anos que o combate a esse mosquito vem sendo estudado e até o momento a melhor forma encontrada de exterminação é a conscientização da população de que não se deve deixar água parada e limpa nos quintais das casas e terrenos. Essa medida, que parece simples, no entanto não está sendo eficaz e os casos das doenças já citadas só aumentam, podendo ainda estarem relacionadas com males mais graves e sem explicações conclusivas até o momento, como é o caso da possível relação entre o Zika vírus e a microcefalia em bebês nascidos de mães que tiveram a doença.

Para tentar melhorar esse cenário trágico, estudos atuais estão dando foco para uma arma que futuramente pode ser uma medida eficaz de combate ao mosquito, sendo ela a Biotecnologia de Transgênicos. Transgênico é qualquer ser vivo geneticamente modificado para atender a algum requisito desejado, podendo essa mudança ocorrer com a introdução de genes de espécies diferentes no genoma alvo ou sem a mesma, variando a definição de acordo com os autores. Isso mesmo, estamos falando então de um mosquito geneticamente modificado que possui genes responsáveis por exterminar a espécie.

Os mosquitos transgênicos, que receberam a denominação de mosquitos OX513A, foram selecionados de forma a serem somente machos, onde estes receberam um DNA sintético produzido através da fusão da bactéria E. coli e do vírus causador da herpes. Além disso, um segundo gene foi introduzido vindo de um coral marinho que é responsável por funcionar como um marcador de mosquitos transgênicos, devido a sua fluorescência. Com essas mudanças no genoma, o mosquito tem sua vida encurtada já que os machos modificados cruzarão com fêmeas normais que produzirão descendentes transgênicos e estes terão seu ciclo de vida prejudicado.

As conclusões obtidas nos poucos locais onde o mosquito geneticamente modificado foi aplicado se mostraram promissoras, mas como se tratam de estudos recentes, ainda não se foi possível afirmar com certeza se a introdução de um mosquito transgênico afetaria negativamente tanto sua própria espécie como o ambiente na qual está inserida, causando certo desequilíbrio. Também ainda não é possível mensurar a viabilidade de se “produzir” esses insetos em larga escala, já que é necessário muitos deles em muitas áreas hoje afetadas por seus malefícios.

É muito importante que se tenha conhecimento de novas maneiras de tentar resolver problemas atuais, por isso o presente artigo vem informar que essas maneiras existem e mesmo que não sejam tão divulgadas estão aí para mostrar que a biotecnologia é um ramo muito amplo e pode contar com um leque de atuações nas diferentes áreas, marcando presença até em questões de utilidade pública.

Por: Natália de Gois Andriolo
Gerente do Departamento de Eventos
Biotec Júnior – Gestão 2016
http://www.biotecjr.com.br

Arquivado em: Tecnologia
Este artigo foi útil?
Considere fazer uma contribuição: