Templo Expiatório da Sagrada Família

Mestre em História da Arte (Unicamp, 2019)
Bacharel e licenciado em História (USP, 2004)

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A construção do Templo Expiatório da Sagrada Família, em Barcelona, Capital da província da Catalunha teve seu início em 1882 e seu idealizador, Antoni Gaudí o projetou numa somatória de elementos arquitetônicos que unia a tradição da arquitetura religiosa com um ousado estilo eclético que marcaria o Modernismo catalão.

Gaudí desenhou um templo de proporções excepcionais, inovando ao pensar num edifício formado por 18 gigantescas torres que seriam únicas em Barcelona, na Espanha e no mundo, porém, em virtude de sua morte precoce, teve tempo de somente realizar uma delas.

Gaudí foi atropelado e morreu em 1926, deixando inacabado o projeto em que trabalhou nos últimos anos de sua vida. O templo é chamado de “expiatório” porque sua construção provém dos valores arrecadados com os ingressos de visitação e as eventuais doações para a conclusão dos trabalhos.

As obras avançaram ao longo século XX, com algumas interrupções, como no período da Guerra Civil Espanhola (1936-39) e a previsão é que seja terminada em 2026, na rememoração do centenário da morte de Gaudí.

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As torres

Das 18 torres projetadas, até o momento foram construídas 8 torres. Gaudí pensou que no simbolismo cristão para compor a orientação das torres: doze dedicadas aos Apóstolos, quatro aos Evangelistas, uma à Virgem Maria e outra, a maior de todas, dedicada a Jesus Cristo.

Apesar da construção em curso, pode-se acessar o interior das torres através de escadas, desse modo, é possível não só contemplar as outras partes da construção de uma perspectiva diferente, mas também, vislumbrar a cidade de Barcelona, o Mar Mediterrâneo e as montanhas do interior nos dias de tempo limpo.

Vista frontal do Templo Expiratório da Sagrada Família. Foto: dimbar76 / Shutterstock.com

As fachadas

A simbologia cristã da basílica tem uma expressão muito intensa nas fachadas, onde os grupos escultórios, desenvolvidos em grandes proporções, podem ser contemplados à distância, em grande riqueza de detalhes:

Fachada da Glória: trata-se da fachada principal, muito maior e mais monumental que o resto, representará a morte, o Juízo Final, a glória alcançada com a Salvação e o inferno como o lugar da danação eterna dos condenados.

Fachada principal do Templo. Foto: Marco Rubino / Shutterstock.com

Fachada da Natividade: voltada ao nascimento de Jesus, trata-se de uma fachada marcada pela alegria e esperança que se concentram na figura do Salvador.

Fachada da Paixão: é dedicada ao registro do sacrifício de Cristo pela Humanidade, exaltando o sofrimento de Jesus durante o caminho do Calvário, sua dor e morte na cruz e a mensagem da ressurreição.

O interior

Para desenhar o interior, Gaudí inspirou-se nos elementos Natureza, cujas colunas, semelhantes às árvores que transformaram o interior da igreja num ambiente que, iluminado pelos gigantescos vitrais, assim, a luz solar colore o interior, transformando-o numa grande floresta de pedra.

Vista do interior do Templo Sagrada Família, Barcelona. Foto: William Perugini / Shutterstock.com

Fontes:

BENEVOLO, Leonardo. História da Arquitetura Moderna. São Paulo: Editora Perspectiva, 2001.

GUELL, Xavier. Antoni Gaudí. São Paulo: Editora Martins Fontes, 1994.

Arquivado em: Arquitetura, Espanha
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