Arte etrusca

Mestre em História da Arte (Unicamp, 2019)
Bacharel e licenciado em História (USP, 2004)

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No século IX a.C., os etruscos estabeleceram-se na Toscana, região central da Península Itálica, por volta do século VI a.C. , oriundos da Ásia Menor. Organizaram-se em várias cidades-estados, que dominavam áreas urbanas e seus respectivos entornos rurais, sendo que constantemente suas cidades independentes se aliavam, mediante a ameaças de guerra com outros povos.

Os romanos, no século III a.C., após submeter a maior parte do centro e sul da península da Itália, dirigiram sua atenção para o norte. Os laços entre Roma e Etrúria se fortaleceram no século I a.C., quando os etruscos aceitaram a oferta de cidadania romana.

Os etruscos basearam sua economia em atividades ligadas à agricultura e ao comércio, principalmente, de joias, artesanato e diversos produtos de metal.

Esse povo também, plantava trigo, aveia, frutas diversas e dentre elas, a azeitona e a uva, de onde produziam azeite de oliva e vinho, base da alimentação das culturas ocupantes da bacia do Mar Mediterrâneo.

Diferentemente da cultura grega e romana, as mulheres etruscas tinham a mesma condição social que os homens: acesso à educação, eram alfabetizadas e também participavam de jogos.

As origens dos etruscos e, consequentemente, do seu estilo artístico, remonta aos povos que habitavam ou foram expulsos da Ásia Menor durante a Idade do Bronze e da Idade do Ferro. Além do ferro, algumas cidades manufaturavam objetos de bronze, tradição que veio do Oriente, tendo como exemplo, a famosa escultura da Loba Capitolina, que remete ao mito de fundação da cidade de Roma.

A arte etrusca desenvolveu uma cultura original (artesanato, arquitetura, escultura) e engenharia. Entre suas criações mais importantes são as esculturas funerárias, objetos de cerâmica. Faziam objetos (vasos, esculturas e enfeites) em terracota com grande habilidade.

Vaso produzido pelos Etruscos. Foto: francesco cepolina / Shutterstock.com

A tampa do sarcófago de Cerveteri, datado de 520-510 a.C., traz uma escultura que representa um casal participando de um banquete (symposion em grego). Feita em terracota policromada, apresenta vários elementos realistas: as feições do casal, vestimentas, expressões e gestos.

Essa peça representa foi encontrada em escavações do século XIX na necrópole de Cerveteri (antiga Caere), na região do Lácio e hoje, está presente no acervo do Museu do Louvre.

Sarcófago de Cerveteri, localizado no Louvre. Foto: sailko / via Wikimedia Commons / CC-BY-SA 3.0

Na arquitetura, usavam a pedra e o barro como base das construções, destacando-se as construções de templos, necrópoles e pontes. As estruturas em forma de arco e a edificação de cúpulas ou abóbadas foram importantes no aprimoramento da construção, que posteriormente, foi absorvida pela arte romana.

Nas suas construções utilizavam os afrescos, encontrados em seus túmulos, bem como joias e cerâmicas que demonstram provas de um povo culto e artístico.

Algumas cidades na região da Toscana, Lácio e Úmbria ainda preservam alguns traços dessa civilização, especialmente túmulos.

Ainda na decoração dos túmulos, os afrescos reproduzem cenas de dança, canto e música, como na necrópole de Monterozzi em Tarquínia, onde cenas de um banquete datadas de 480-470 a.C., como a famosa Tumba dos Leopardos.

Possivelmente, o ambiente festivo ali retratado, evoca a honra dos mortos ali sepultados, envolvem o espaço destinado aos sarcófagos, mas também podem aludir ao mundo dos mortos e aos deuses.

Necrópole de Monterozzi - Tarquínia. Foto: s74 / Shutterstock.com

Fontes:

MARTIN, Alfonso Jimenez. Saber ver a arte romana e etrusca. São Paulo: Editora Martins Fontes, 1992.

ARGAN. Giulio Carlo. História da Arte italiana: da Antiguidade a Duccio. Vol. I, São Paulo: Cosac & Naify, 2003.

Arquivado em: Antiguidade, Artes
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