Arte no período Helenístico

Mestre em História da Arte (Unicamp, 2019)
Bacharel e licenciado em História (USP, 2004)

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Alexandre Magno governou entre 336 e 323 a.C., herdando a península macedônica de seu pai, Felipe II. Foi responsável pela difusão da cultura grega ao longo de seus domínios, que se estendiam da Europa ao vale do rio Indo.

Em sua própria homenagem, fundou 22 cidades com o nome de Alexandria, mas ao mesmo tempo, permitia a manutenção dos costumes locais, buscando uma maior integração entre a cultura grega e as culturas orientais, surgindo desse processo a chamada cultura helenística.

Alexandre não conseguiu fazer seu sucessor, pois seu filho com Roxana não assumiu depois de sua morte, em 323 a.C., ocorrida em condições duvidosas, que incluíam a possibilidade de assassinado por envenenamento. Às vésperas de completar 33 anos, morreu jovem, bem como seu império, que fora retalhado entre seus principais generais: a Hélade ficou sobre o controle de Antígono, o Egito ficou com o domínio de Ptolomeu, a Ásia ficou para Seleuco (Síria e Mesopotâmia), e os reinos do leste, além do planalto persa, foram fragmentados em unidades menores, perdendo as referências helênicas ali implantadas e depois agregadas a outras dominações da Ásia central.

Vênus de Milo, obra criada durante o período Helenístico. Está localizada atualmente no Museu do Louvre, em Paris. Foto: Alessandro Colle / Shutterstock.com

Em 146 a.C., os romanos dominaram a Hélade, que foi transformada numa província romana denominada Graetia, termo latino de onde deriva “Grécia”. Dali, os novos senhores iniciaram a conquista do Mediterrâneo oriental e do Oriente próximo, então uma fração menor conquistada do antigo império de Alexandre, de quem os romanos se colocaram como sucessores no domínio do Oriente.

A produção artística entre o século IV e o I a.C., enquadra-se dentro do universo cultural helenístico. Encontram-se relacionadas a esse contexto algumas das mais famosas obras da antiguidade: o altar do templo de Pérgamon, datado do século III a.C. e hoje se encontra em Berlim; a escultura de “Laocoonte e seus filhos”, datada do século II a.C. e hoje presente nos Museus Vaticanos; a “Vitória de Samotracia”, datada de 200 a.C., atualmente exposta no Museu do Louvre.

Laocoonte e seus filhos. Obra se encontra no Vaticano atualmente. Foto: silverfox999 / Shutterstock.com

Os valores clássicos estão relacionados com uma ideia de beleza construída ao longo dos séculos da história grega, tendo o século V a.C. por apogeu. Um dos mais importantes é a mimese, ou seja, a imitação da realidade com o objetivo de buscar a perfeição, segundo Aristóteles, forjando a ideia de respeitar o modelo adotado e dentro dele a busca da superação, com o auxílio da criatividade. Deste princípio, surge a perfeição formal, a qual estará presente em todas as formas de arte clássica.

O trabalho em escultura valorizou a busca pela perfeita representação da figura humana e sua devida correspondência com os deuses, ou seja, os deuses são a imagem e semelhança dos homens. A noção de movimento e expressividade são marcantes, sendo a visão subordinada ao tato. Os trabalhos eram realizados em diferentes suportes: mármore, bronze. Quanto aos temas, eram feitas esculturas dos principais homens da vida política, tanto da Grécia como em Roma, e também dos deuses, heróis e mitos de ambas.

Os romanos, porém, já realizavam a pintura mais destacadas em paredes, os afrescos e mosaicos de Pompéia e Herculano, tendo também uma forte influência grega, pois era muito comum a contratação de artistas gregos para executá-los.

Fontes:

ARGAN. Giulio Carlo. História da Arte italiana: da Antiguidade a Duccio. Vol. I, São Paulo: Cosac & Naify, 2003.

BENDELA, Manuel. Saber ver arte grega. São Paulo: Editora Martins Fontes, 1991.

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