Maximilien de Robespierre

Ensino Superior em Comunicação (Universidade Metodista de São Paulo, 2010)

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Maximilien de Robespierre foi advogado, político e revolucionário francês. Ficou conhecido popularmente como o "incorruptível". Foi deputado na Assembleia Nacional, líder dos radicais e presidiu o país durante o Período do Terror, uma das fases mais violentas da Revolução Francesa.

Retrato de Maximilien Robespierre.

Maximilien François Marie Isidore de Robespierre nasceu dia 6 de maio de 1758 em Arras, capital de Artois na província de Flandres, França. Sua família era da pequena burguesia. Robespierre era o primogênito de cinco irmãos e perdeu sua mãe durante o parto de sua irmã Henriqueta. Aos sete anos seu pai abandonou o lar e ele foi criado pelos avós. Frequentou o Colégio Arras, onde aprendeu latim e oratória. Com 12 anos era um aluno dedicado, com ótimo desempenho escolar. Isso lhe rendeu reconhecimento através de uma bolsa concedida pelo bispo de Arras. Assim foi enviado para o Colégio Luís, o Grande, da Universidade de Paris.

Lá estudou durante nove anos e teve contato com o pensamento radical que pairava entre os intelectuais da época, tendo como um de seus professores o ilustre filósofo e matemático d`Alembert. O jovem Robespierre também teve seu pensamento influenciado pelas ideias de Voltaire e Rousseau. Em 1781, já formado em Direito, voltou para sua cidade natal onde exerceu a profissão. Foi admitido no conselho provincial de Artois e passou a defender as causas de pessoas humildes, desde que estivessem de acordo com sua valorização de retidão social e justiça. Robespierre era avesso ao luxo da nobreza, muito valorizado pelo regime absolutista do rei Luís XVI em vigor no país. Lutando contra o absolutismo real e servindo como advogado do povo com empenho e dedicação, ganhou admiração e o apelido de “incorruptível”. Em 1789 ingressou na carreira política, como deputado pelo Terceiro Estado da região de Arotis na Assembléia dos Estados Gerais. Revelou-se excelente orador durante um discurso notável, onde defendia que todos os franceses deveriam poder ingressar em empregos públicos, sem outra distinção que não fosse a de seus talentos e virtudes.

Em 1790 assumiu a liderança do “Clube dos Jacobinos”, facção política radical que defendia os interesses da pequena burguesia e dos artesãos e camponeses.

Extremamente persuasivo e participativo, Robespierre era um dos principais oradores da Assembleia Constituinte, acumulando mais de 260 discursos em setembro de 1791. Nesse momento, os jacobinos se consolidavam como a ala mais radical dos revolucionários e tinham Robespierre à frente da articulação da Revolução Francesa, sendo alvo constante dos adversários.

Admirador e entusiasta da ideologia do filósofo iluminista Jean-Jacques Rousseau, Robespierre defendia um posicionamento inovador para a época, incluindo sufrágio universal com eleição direta, educação gratuita obrigatória e imposto de renda progressivo. Em 1792 é deflagrada uma insurreição do povo e a monarquia foi derrubada. A República foi proclamada e Robespierre tornou-se membro da Prefeitura insurrecional, conhecida como Comuna de Paris. O político assumiu o poder e não poupou ninguém. No dia 21 de janeiro de 1793, o rei Luís XVI foi executado e os girondinos – grupo político moderado da Assembleia Nacional – foram derrubados. A Constituição foi suspensa e no dia 27 de julho de 1793 Robespierre foi eleito para o Comitê de Salvação Pública, órgão executivo que comandava os exércitos e administrava as finanças públicas da França, objetivando conter a situação de uma guerra. Com esse cenário, o período entre junho de 1793 a julho de 1794 ficou conhecido historicamente como “Período do Terror”, fase marcada pela repressão violenta a qualquer crítico do novo regime, principalmente aplicando-se a condenação por guilhotinamento. O posicionamento extremamente radical de Robespierre instaurou um clima ameaçador sobre todos e em 49 dias estima-se que foram executadas 1.400 pessoas. Com os ânimos exaltados e vivendo atos de terror intensificados, alguns deputados moderados da Convenção Nacional arquitetaram a prisão de Robespierre e de seus principais apoiadores.

O político foi declarado fora da lei durante a Convenção de 28 de julho, sendo totalmente destituído de seus poderes, preso e condenado à guilhotina. Robespierre foi o último a ser executado, presenciando a morte de seus companheiros. Faleceu no dia 28 de julho de 1794 em Paris.

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