Células diploides e haploides

Doutora em Ciência Animal (UFG, 2020)
Mestrado em Ciências Veterinárias (UFU, 2013)
Graduação em Ciências Biológicas (UEG, 2010)

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Todas as células básicas, de todos os seres vivos, possuem originalmente um genoma, constituído de DNA único ou fragmentado, responsável por comandar a produção de proteínas, as quais agem em todos os processos celulares, de forma direta ou indireta, produzindo o funcionamento, a replicação e a morte celular programada.

Em organismos multicelulares, que apresentam reprodução sexuada, existem células com um conjunto gênico completo e outras com a metade dele, são elas as células diploides (2n) e haploides (n), respectivamente.

Assim, a principal distinção entre células haploides e células diploides está relacionada ao número de cromossomos que cada célula contém: enquanto as células diploides contêm dois conjuntos pares de cromossomos (representado por 2n), as células haploides contêm um conjunto cromossômico (representado por n).

Por que as células diploides e haploides possuem números diferentes de cromossomos?

A diferença entre o número do conjunto de cromossomos entre essas duas células derivam do mecanismo de divisão que as originam e da função que exercem reprodutivamente e evolutivamente.

Vejamos que a célula haploide contém metade do conjunto gênico da espécie, o que permite a reprodução sexuada, pois, quando um gameta encontra o outro na fecundação, a célula originada vai recuperar o conjunto gênico completo. Consequentemente, a célula diploide contém um grupo de cromossomos proveniente do pai e outro proveniente da mãe.

Isso favorece a manutenção do número de cromossomos constante ao longo das gerações, mesmo com troca de material genético, e faz com que seja possível aumentar a variabilidade genética dos seres vivos da espécie.

Como as células haploides e diploides são formadas

Assim como existem os dois tipos de células, existem dois tipos de divisão celular que as originam: a mitose e a meiose.

A mitose é a divisão celular que origina as células diploides. Ela passa por fases nas quais o DNA é replicado, ou seja, o genoma é duplicado e, quando ocorre a divisão, cada cópia vai para as duas células recém formadas, de maneira que nada varia geneticamente. Mas, vale lembrar que o conjunto duplo de cromossomos no genoma das células que dividiram-se por mitose vieram da fecundação.

Por sua vez, a meiose gera as células haploides. Ela é basicamente um processo de divisão constituído por duas divisões sucessivas nas quais o material genético é duplicado, os pares de cromossomos são separados e, na última divisão, as cromátides irmãs são separadas. Assim, originam-se quatro células filhas com a metade do número de cromossomos iniciais. Ela ocorre no interior das gônadas masculinas e femininas, onde células germinativas diploides (2n) originam células haploides (n).

Além disso, a meiose aumenta ainda mais a variabilidade genética porque, os cromossomos pares de uma célula que entra em meiose trocam DNA por recombinação, formando novos arranjos antes de serem divididos em conjuntos únicos. Assim, os gametas haploides formados trazem novas variedades de genes, e o indivíduo resultante da fusão de um gameta masculino e feminino (zigoto) resultará em uma nova combinação única, com características singulares, que não podem ser repetidas.

Referências

ALMEIDA, L. M. de; PIRES, C. Biologia Celular: Estrutura e Organização Molecular. 1. ed. São Paulo: Érica, 2014.

DE GARCIA, S. M. L; FERNANDÉZ, C. G. Embriologia. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2012.

Arquivado em: Citologia
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