Economia do Amapá

Graduado em Geografia (UFG, 2017)

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O Estado do Amapá, localizado na Região Norte, possui extensão territorial de 142.827,897 quilômetros quadrados e população, segundo a estimativa de 2018 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 829.424 habitantes.

O Amapá tem destaque no cenário nacional, justamente por ser o estado do país mais preservado ambientalmente. Por conta disso, a economia amapaense é dependente dos recursos naturais que ali existem, com o predomínio da exploração de matérias-primas, produtos primários e semielaborados. Na Serra do Navio encontra-se a exploração de ouro e manganês responsáveis por mais de 60% da exportação do estado.

O setor primário da economia

O setor primário é marcado por possuir um baixo nível tecnológico, pela escassez do oferecimento de crédito e pela reduzida quantidade de trabalhadores. No setor, destaca-se o extrativismo vegetal de produtos regionais como a madeira, borracha, açaí, castanha e cacau.

Outra atividade bastante rentável para o estado é a pesca que está ligada a existência de vários rios no território amapaense. A produção de soja, é outra atividade que vem ganhando espaço na economia do Amapá, já que seu cultivo vem crescendo anualmente, e compensando a baixa econômica que ocorreu em 2012 decorrente a queda no preço dos minérios, que reduziu o lucro das exportações.

No entanto, com a expansão da produção da soja, o Cerrado que é o único bioma no Amapá que não tem unidades de conservação, tem sido ameaçado por essa nova fronteira agrícola que vem se constituindo no estado.

O setor secundário da economia

Esse setor da economia do Amapá está pautada nas atividades do extrativismo mineral, da construção civil e da indústria de transformação. Todavia, o crescimento industrial do Estado ainda é bastante deficitário muito por conta da baixa oferta de energia e por deficiências na infraestrutura (transporte, comunicação, entre outros).

Entretanto, em 2015 foi regulamentada a Zona Franca Verde do Amapá, que tem como objetivo fortalecer o setor industrial do estado, gerando emprego e fonte de renda para a população.

O setor terciário

O setor terciário, é o mais representativo e participante do PIB estadual. As atividades de comércio e serviços têm, nos últimos anos, superado a administração pública na geração de empregos. O setor teve considerável crescimento com a criação da Área Livre Comércio de Macapá e Santana (ALCMS) em 1991, pela SUFRAMA (Superintendência da Zona Franca de Manaus).

A SUFRAMA, impulsionada pela influência da Zona Franca de Manaus, implantou várias áreas livres de comércio ao longo da Amazônia.

Quisques e restaurantes à margem de um rio em Macapá, capital do Amapá. Foto: Matyas Rehak / Shutterstock.com

Índices da Economia do Amapá

Segundo dados do IBGE de 2016, o PIB do estado foi de aproximadamente 14 bilhões de reais, ficando à frente apenas do Acre e Roraima. Contribui com 0,2% do Produto Interno Bruto do país e 4,3 % da Região Norte. A participação no PIB entre os setores econômicos no Amapá se configura da seguinte forma:

  • Setor terciário - 86%
  • Setor secundário - 12%
  • Setor primário - 2%

Em 2018, os dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) apontam que o valor total das exportações realizadas pelo Amapá foi de 284,96 milhões de dólares, que foram distribuídas da seguinte maneira:

  • 63% - Ouro
  • 22% - Madeira
  • 7% - Soja
  • 7% - Outros produtos

No mesmo ano, o montante gasto em importações pelo Amapá foi de 180,48 milhões de dólares, gerando um superávit na balança comercial em mais de 100 milhões de dólares. As importações foram destinadas para os seguintes produtos:

  • Óleos Brutos de Petróleo - 73%
  • Soda caustica - 7 %
  • Embarcações de Recreio ou Esporte (Iates, Barcos, Canoas) - 4%
  • Máquinas e aparelhos - 3%
  • Demais produtos - 13%

Apesar do crescimento da balança comercial do estado, o Amapá enfrenta a maior taxa de desemprego do país, que segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD, 2018), 19,6% da população amapaense está sem emprego, destacando que cerca de 73 mil pessoas tentam encontrar um trabalho no estado.

Referências:

https://g1.globo.com/ap/amapa/noticia/2018/11/22/comercio-e-industria-puxaram-queda-de-quase-5-no-pib-do-amapa-diz-ibge.ghtml

http://www.mdic.gov.br/balanca/comex-vis/uf/output/html/ap.html

https://g1.globo.com/ap/amapa/noticia/2019/02/22/com-73-mil-sem-trabalho-ap-fecha-2018-com-a-maior-taxa-de-desemprego-do-pais.ghtml

https://www.ibge.gov.br/explica/pib.php

http://portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf/indicada1_ap.pdf

https://pubs.iied.org/pdfs/16575PIIED.pdf

Arquivado em: Brasil, Economia
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