Relevo do Amapá

Graduado em Geografia (UFG, 2017)

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O relevo se define como a parte superficial da litosfera onde ocorrem as transformações geológicas ao longo do extenso período histórico do Planeta Terra. O estudo dessa temática na ciência geográfica se encarrega em entender as diferentes formas de modelado da superfície terrestre, que são influenciados por agentes internos (endógenos) e externos (exógenos).

O relevo se constitui como base para a definição de várias paisagens da Terra, pois influencia o tipo de vegetação e os tipos climáticos existentes no Planeta. Na Geografia, o seu estudo, além de estar vinculado à explicação de processos físicos, também se aplica em relação à distribuição populacional, à organização e às formas de ocupação do Espaço Geográfico.

Os tipos de relevo do Amapá

O relevo do Amapá, ao longo de sua extensão territorial, tem diferentes formas que implicam em várias classificações em suas unidades morfoestruturais.

No relevo do Amapá, segundo os geógrafos Boaventura e Narita existem 5 classificações de relevo característicos que são:

  1. Planície Costeira;
  2. Planalto Rebaixado da Amazônia;
  3. Planalto da Bacia do Amazonas;
  4. Planalto Dissecado Araguari-Jari
  5. Planalto Dissecado do Norte do Amapá

Unidades Morfoestruturais do Estado do Amapá. Modificado de Boaventura e Narita (1974); Lima et al.(1991) apud Silveira (1998). 

A Planície Costeira do Amapá

A Planície Costeira do Amapá, localizada entre a Região Norte do Amapá até o extremo Sul do Estado, se caracteriza por apresentar um terreno plano e grandes áreas alagadiças. Seu relevo está associado ao litoral oceânico amapaense e a costa do Rio Amazonas, e engloba as áreas de menores altitudes ao longo de sua extensão territorial. Sua formação geológica é Quaternária, ou seja, considerando todo o período geológico do Planeta Terra, o seu desenvolvimento é recente.

Na região de Macapá e Santana – os maiores municípios do Amapá -, as planícies costeiras assumem formas pelas áreas de maré, florestas de várzeas e campos inundáveis. As áreas de campos inundáveis presentes no perímetro urbano das duas cidades são denominadas de ressacas, que abrigam muitas pessoas, e se constituem de ocupações irregulares colocando essa população residente em perigo iminente a inundações.

O Planalto Rebaixado da Amazônia

O Planalto Rebaixado da Amazônia, também chamado de Planalto do Baixo Amazonas, é outra forma de relevo característica no Estado do Amapá. Se localiza nas regiões Sul e Sudeste do Amapá, e também engloba os municípios de Macapá e Santana.

Essa forma de relevo é formada por sedimentos terciários e quaternários (formados há cerca de 25 milhões de anos) do Grupo Barreiras. Sua unidade morfoestrutural é marcada pela presença de áreas de colinas e planícies revertidas por floresta densa. Outro característica importante é a presença de bauxita e caulim (argila pura e branca utilizada no embranquecimento do papel) que são exploradas em território amapaense.

Planalto da Bacia do Amazonas

O Planalto da Bacia do Amazonas presente no Sul do Estado é a forma de relevo do Amapá que tem menor extensão territorial no Estado. Suas rochas, de origem paleozoica, são as mais antigas do Estado, e apresentam em seu relevo diversas irregularidades, sobretudo com rochas cristalinas que abrigam algumas reservas de minerais metálicos, que são importantes para a mineração no Estado como a extração de ferro.

Planalto Dissecado Araguari-Jari

O Planalto Dissecado Araguari-Jari é um tipo de relevo cortado por rios. Nessa unidade morfoestrutural encontramos áreas acidentadas, regiões serranas - como a Serra do Iratapuru e a Serra do Tumucumaque -, onde estão as maiores altitudes do Estado do Amapá (701 m) e a presença de planaltos antigos, com origem no período pré-cambriano.

Nesse tipo de relevo amapaense estão localizadas as maiores reservas de proteção ambiental do Estado.

Planalto Dissecado do Norte do Amapá

O Planalto Dissecado do Norte do Amapá teve sua formação geológica no período pré-cambriano, ou seja, é um tipo de relevo muito antigo. Por conta disso, essa unidade morfoestrutural vai abrigar grande parte das jazidas minerais do Estado do Amapá, sobretudo com as reservas de ouro que tem importante participação nas exportações amapaenses.

Leia também:

Referências:

https://www.mma.gov.br/estruturas/sqa_sigercom/_arquivos/ap_erosao.pdf

http://www.iepa.ap.gov.br/arquivopdf/macrodiagnostico.pdf

http://www.iepa.ap.gov.br/probio/relatorios/Relatorio_Cap02.pdf

http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/7895

BOAVENTURA, F. M. C ; NARITA, C. Geomorfologia da Folha NA/NB-22-Macapá. In:PROJETO RADAM. Folha NA/NB-22-Macapá: geologia, geomorfologia, solos, vegetação euso potencial da terra. Rio de Janeiro : DNPM, 1974. (Levantamento dos Recursos Naturais, v.6).

LIMA, M. I. C; BEZERRA, P. E. L.; ARAÚJO, H. J. T. Sistematização da geologia do estado do Amapá. In: SIMPÓSIO DE GEOLOGIA DA AMAZÔNIA, 3., 1991, Belém. Anais...Belém: SBG-Núcleo Norte, 1991. p. 322-335.

SILVEIRA, O. F. M. A Planície costeira do Amapá: dinâmica de ambiente costeiro influenciado por grandes fontes fluviais quaternárias. 1998. 215 f. Tese (Doutorado) –Universidade Federal do Pará, Belém, 1998.

Arquivado em: Brasil
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