Vegetação do Pará

Graduado em Geografia (UFG, 2017)

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A Vegetação do Pará, ao longo de sua extensão territorial (1.245.759,305 km²), tem como formação vegetal principal a Floresta Equatorial Amazônica. Entretanto, em território paraense existe a presença de Mangues no litoral – característico de regiões de águas salgadas -, a vegetação de Campos situados na Ilha do Marajó e o Cerrado localizado na Região Sul do Estado.

A Floresta Amazônica no Pará

Grande parte da vegetação do Pará é composta pela Floresta Amazônica, que ocupa mais de 70% do território paraense. Nesse bioma temos três tipos de formações vegetais específicas:

  • Mata de Terra Firme: Situa-se em áreas mais elevadas da Floresta. Sua fauna é constituída de árvores de grande porte, como as castanheiras – onde é extraído a castanha do Pará, que é muito importante para a economia -; cipós, plantas herbáceas, palmeiras e musgos.
  • Mata de várzea: Tipo de formação localizada em terras mais baixas e sujeita a sofrer inundações. Os solos são mais férteis, devida à quantidade de nutrientes oriundas do processo de sedimentação ocorrido nas cheias do rios. Nessa vegetação é comum ver árvores como a seringueira, jatobá, entre outros.
  • Mata de igapó: Também se situa em terrenos baixas, próximos aos rios e contam com um solo úmido e alagado. Sua vegetação é baixa e adaptativa ao ambiente inundado, como a vitória-régia e a palmeira chamada de jauari.

Vitória-Régia um exemplo típico de mata de igapó. Foto: DC_Colombia / iStock.com

Por conta de sua riquíssima hidrografia e de sua densidade na vegetação, a Floresta colabora diretamente com o clima úmido do Estado, devido ao processo de Evapotranspiração que vai ocasionar em um elevado índice pluviométrico, com chuvas bastante regulares.

Economicamente, a Floresta oferece muitos recursos naturais lucrativos para o Estado. No extrativismo vegetal, há o comércio da castanha-do-pará em alguns municípios paraenses. Em Marabá e Parauapebas, há a produção de carvão vegetal realizada por inúmeras siderúrgicas presentes nessas regiões do Pará. Outras atividades comuns são a pecuária e a extração de madeira.

Todavia, essas atividades econômicas tem trazido algumas consequências socioambientais para a Floresta. Queimadas, a remoção de vegetação para manejos de pastagem, disputas territoriais entre diferentes tipos de povos que vem causando mortes e a redução da fauna e flora são problemas que vem se agravando ao longo dos anos.

Mangues

Os manguezais é um tipo de ambiente também presente na vegetação paraense – cerca de 390.000 hectares - que tem características próprias, pois se desenvolve na zona litorânea do Estado em solo salino ou salobro presente em ambiente periodicamente inundado e com pouca quantidade de oxigênio. Nessa formação vegetal são poucas as espécies que possuem adaptações à essa meio que lhes permitam sua sobrevivência.

Esse tipo de vegetação promove muitas atividades econômicas por parte das comunidades tradicionais costeiras, como a pesca, o turismo de base comunitária e a apicultura, como por parte das grandes empresários com a extração de madeiras, a cultura da cana-de-açúcar e a coleta de caranguejos.

Porém, problemas vem ocorrendo nesse ecossistema, como o lançamento de poluentes industriais e domésticos no mar, a erosão, alteração na flora e a morte da fauna existente nos manguezais.

Cerrado

Presente no região sul paraense, que apresenta um clima tropical, o Cerrado é outro tipo de vegetação presente no Pará. Suas espécies vegetais são definidas como xeromorfas – árvores que perdem folhas durante o período de estiagem – que se adapta ao clima estacional (seis meses de chuvas e seis meses secos). No bioma predominam três tipos de fitofisionomias:

  • Cerradão: caracterizada por árvores de grande porte chegando até os 15 metros;
  • Campos: presença de vegetação rasteira e arbustos;
  • Parque de Cerrados: caracterizada pela presença de árvores em pequenas elevações do terreno com a ocorrência de “murundus” ou “monchões”;

No entanto, o Cerrado no Pará, vem sofrido alguns impactos socioambientais decorrentes de atividades econômicas praticadas no interior do bioma. O crescimento da produção da soja, em algumas cidades do sul paraense, vem aumentando o desmatamento e a utilização de agrotóxicos, que vem poluindo o solo e os níveis freáticos. Outro problema social é a expulsão de camponeses que trabalhavam na agricultura familiar que foram forçados a vender seus terrenos para grandes latifundiários.

Leia também:

Referências:

http://www.icmbio.gov.br/portal/images/stories/manguezais/atlas_dos_manguezais_do_brasil.pdf

http://www.eng2018.agb.org.br/arquivo/downloadpublic?q=YToyOntzOjY6InBhcmFtcyI7czozNToiYToxOntzOjEwOiJJRF9BUlFVSVZPIjtzOjQ6IjQyMDMiO30iO3M6MToiaCI7czozMjoiYzdmYzEzNWNkYmU0N2JiMGE1NTA2NzcwZmYxMzc2NTAiO30%3D

https://www.embrapa.br/cerrados/colecao-entomologica/bioma-cerrado

http://www.icmbio.gov.br/portal/images/stories/manguezais/atlas_dos_manguezais_do_brasil.pdf

https://www.ibflorestas.org.br/bioma-amazonico

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