Como ocorre uma infecção viral?

Graduado em Ciências Biológicas (UNIFESO, 2014)

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Os vírus são agentes patogênicos não constituídos de células. Possuem um tamanho cerca de 15 vezes menor que as células em geral. Basicamente os vírus são constituídos por duas estruturas: a cerne, que é o genoma disposto na parte central, podendo ser DNA ou RNA, dependendo do vírus até ambos (Mimivírus), e o capsídeo, que é um envoltório proteico. O nome dessa associação estrutural é chamada de nucleocapsídeo. Alguns vírus possuem outra camada de fósforo e lipídios envolvendo essas estruturas denominada de envelope.

Os vírus são parasitas intracelulares obrigatórios, ou seja, para que consiga se replicar necessita estar dentro de uma célula. O contágio do vírus pode ocorrer de diversas formas como por via sexual, sanguínea, aerossóis, fômites, de mãe para o feto, pela amamentação, ocular, por contato com secreções, por contato com animais que podem servir de reservatórios, por ingestão e picadas de vetores.

Após entrar no organismo o vírus procura alguma célula que possua os receptores em sua membrana equivalente as moléculas específicas que ele possui. Quando isso acontece essas moléculas são reconhecidas pelos os receptores semelhando-se a uma chave com uma fechadura se encaixando. Esse fenômeno é chamado de adsorção viral, é por conta dessa especificidade que diferentes vírus atacam diferentes partes do organismo e diferentes espécies, pois as células e consequentemente os receptores também são diferentes.

Após esse reconhecimento da membrana ocorre a penetração, que é o processo que o material genético do vírus vai adentrar a célula. A endocitose ocorre quando a membrana celular abraça o vírus por completo trazendo ele para dentro da célula, porém, existe mais de um método para que isso ocorra, no caso dos vírus envelopados o envelope se funde a membrana celular jogando o material genético para dentro.

O material genético viral ao ser encontrado no citoplasma celular começa um processo de síntese, no qual se prepara para se agregar ao DNA da célula, em caso de vírus RNA a o material genético faz a síntese ao contrário, de RNA para DNA, vale utilizar como exemplo o vírus do HIV que é de RNA e a enzima transcriptase reversa atua preparando-o em DNA possibilitando a acoplagem no genoma celular.

Em seguida o DNA adulterado da célula com filamentos genéticos virais é escravizado por esses novos componentes, no qual diz o que a célula precisa começar a sintetizar mais material genético viral, quando isso ocorre é comum haver uma resposta inflamatória da célula para eliminar o corpo estranho. A produção é tanta que a membrana plasmática celular se rompe liberando vários vírus, como uma bomba que explode liberando excessiva quantidade do agente patogênico, esse fenômeno provoca a lise da célula, que é a sua morte. Em casos de vírus envelopados ocorre o brotamento, onde a parte da membrana plasmática da célula envolve o vírus formando a camada do envelope. Após toda essa replicação viral os vírus procuram infectar mais células dentro e fora do organismo que já está presente propagando-se e chegando a sair para o ambiente extracorpóreo na busca de outros hospedeiros, os vírus podem permanecer no meio ambiente, fora da célula esperando a oportunidade adequada para infecção.

Muito vem sendo discutido sobre os fenômenos climáticos que causam o degelo do ártico e outros lugares que estão congelados a milhares de anos, cientistas afirmam que nesses lugares existes microrganismos, principalmente vírus a milhares de anos preservados que ao entrarem em contado com as células da atualidade podem infectar em larga escala podendo trazer a tona novos surtos e até pandemias, pois os organismos atuais provavelmente não tem memória imunológica para esses agente patogênicos que nunca tiveram contato. Esse mesmo fenômeno pode ser observado no desmatamento, onde existem incontáveis microrganismos debaixo de toda a vegetação que vem para a superfície com a derrubada de arvores de grande porte, além disso é diminuído o ambiente natural de animais, principalmente primatas, aumentando o contato deles com a nossa espécie, tornando assim mais fácil a transmissão entre espécies.

Referências:

https://pt.khanacademy.org/science/biology/biology-of-viruses/virus-biology/a/intro-to-viruses

https://www.bbc.com/portuguese/vert-earth-39905298

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