Roman Polanski

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O diretor Roman Polanski nasceu em Paris no ano de 1933. Quando tinha dois anos de idade, mudou-se com os pais para a Polônia. De origem judia, sua família acabou sendo confinada pelos nazistas em um gueto judeu circulado por muros. Após ver sua família ser presa, Polanski assistiu sua mãe e sua irmã serem levadas pelos soldados de Hitler sem ao menos saber para onde elas estavam indo.

Assustado e sem entender sua situação direito, ficou com seu pai e dividia um apartamento com as outras famílias judias do local. Antes das próximas ações nazistas, o pai levou o garoto até uma cerca de arame farpado e o ajudou a escapar. Para que ele não ficasse sozinho, o pai de Polanski já tinha pagado uma família que estava livre para que cuidassem do menino.

Roman Polanski. Foto: Andrea Raffin / Shutterstock.com

Ao final da guerra, Polanski vai morar com a família de seus tios e vê o pai retornar dos campos de concentração com a notícia de que sua mãe tinha sido morta nas câmaras de gás e que sua irmã tinha ido morar na França. Para acelerar os estudos do garoto, seu pai contratou um tutor que o ajudou nos estudos que estavam em atraso.

Essa infância trágica é vista como grandes influências nas obras de Roman Polanski. Muitas destas situações podem ser conferidas de forma explícita no filme O Pianista, de 2002. Além deste filme, outros trabalhos do cineasta mostram um ambiente claustrofóbico em que alguém parece sempre estar sendo perseguido.

Admitido na escola estatal de cinema de Lódz em 1954, o diretor pode aprender os segredos da sétima arte com profissionais experientes e talentosos. Além disso, tinha aparato material e do Estado, que dava condições a pequenos cineastas que se interessavam em assistentes de cineastas consagrados. No período em que começou a estudar, Stalin já tinha morrido e o cinema polonês passava por um afastamento dos ideais comunistas. Desta forma, a geração a qual o cineasta pertenceu foi oposta as ideias que o regime tinha sobre cinema.

O diretor lança seu primeiro longa com o título de Faca na Água. Em um primeiro momento, o filme foi excluído pelo Ministério da Cultura, que valorizava obras com temática social. No filme, um casal quase atropela um rapaz de 19 anos em uma estrada. Arrependidos, acabam oferecendo carona ao jovem e chamam-no para passar o dia velejando junto a eles. Então uma disputa estabelece-se entre os dois homens. Apesar da proibição inicial, o filme acabou transformando-se em um sucesso, foi indicado para o Oscar de melhor filme estrangeiro e ganhou um prêmio em Veneza.

Muda-se para Inglaterra e torna-se amigo de Gerard Brach com quem trabalhou no filme Repulsa ao Sexo e Armadilhas do Destino. ”Tendo uma ideia precisa do tipo de terror que queríamos transmitir, [Gérard Brach e eu] buscamos inspiração em situações que nos eram familiares. Qualquer pessoa, uma vez ou outra, experimentou um pavor irracional de alguma presença sinistra em sua casa. Uma ocasional troca de móveis, um assoalho que estala, um quadro caindo da parede — qualquer coisa pode disparar essa sensação”, disse Polanski sobre o filme Repulsa ao Sexo.

Ainda na Terra da Rainha, filmou A Dança dos Vampiros e conheceu a atriz Sharon Tate, que seria sua futura esposa. Já em 1968 foi para os Estados Unidos, onde dirigiu o filme O Bebê de Rosemary, seu primeiro sucesso Hollywoodiano que se tornou um sucesso unânime entre críticos, público e fincou uma estaca na história do cinema de terror americano.

Porém, nos Estados Unidos começaria o segundo capítulo da vida tortuosa do diretor. Sua esposa, Sharon Tate, grávida de oito meses, foi assassinada pelos seguidores de Charles Manson em sua própria casa. Após a tragédia, Polanski volta a morar na Europa. Em 74, retorna aos Estados Unidos e dirige Chinatown, outro sucesso incontestável.

Nessa época, comete um dos atos mais polêmicos da história do cinema. O diretor envolveu-se com uma adolescente de 13 anos e foi acusado de dopá-la e estuprá-la. Após ter sua prisão decretada nos E.U.A., refugiou-se na Europa e nunca mais pisou em terras norteamericanas.

No final dos anos 70, Polanski trabalha na adaptação do livro Tess para as telas de cinema. Essa ideia surgiu como uma forma de homenagear a esposa falecida Sharon Tate, que tinha lido a obra pouco antes de morrer. Ainda perseguido, Polanski procura exílio na França no início dos anos 80 e faz os filmes Lua de Fel e Busca Frenética. Neste último, conhece outra atriz que se tornaria sua esposa, Emmanuele Seigner.

O diretor consagra-se em grandes festivais no ano de 2002, após ganhar a Palma de Ouro por O Pianista, filme considerado acadêmico demais por alguns críticos. Com o mesmo longa, ganha o Oscar de Melhor Diretor. Porém, para fechar com chave de ouro este período de conquistas e reconhecimento, não foi receber a estatueta pessoalmente, pois poderia ser preso se pisasse nos E.U.A.

Fontes:
http://www.contracampo.com.br/48/repulsaaosexo.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Roman_Polanski
https://web.archive.org/web/20131106003942/http://cineplayers.com/filme.php?id=1042
https://web.archive.org/web/20091227231538/http://pt.shvoong.com:80/books/1832239-roman-polanski-biografia/

Arquivado em: Biografias, Cinema
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